Por José Joacir dos Santos
A expressão “lobo em pele de carneiro/cordeiro” é bastante conhecida no mundo cristão/judaico porque vem de uma parábola incluída nos textos bíblicos (Mateus 7:15): “Cuidado com os falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”. Está nos textos bíblicos porque vários livros e trechos da bíblia foram “escritos” em grego e, naturalmente, incluíram parabolas da cultura regional. Há muitas parábolas que não se encaixam perfeitamente nas línguas de diversos povos, mas essa é uma das que dão certo porque é fácil de identificar sua verdade. Basta ligar a televisão, assistir aos telejornais, ver entrevistas com políticos, religiosos e até influenciadores – sem generalizar.
Não tem muito o que inventar neste assuntos porque praticamente o raciocínio já está consolidado na internete, graças à chamada inteligência artificial: o lobo, que quer se passar por cordeiro, veste-se de falsa aparência, isto é, apresenta-se como amigo, bem vestido, elegante, empático, inofensivo, patriota, obediente a Deus, que trabalha a serviço do povo. Pode até se aproveitar de seu rosto bonito, mas é tudo farsa; Egoísta ao extremo: usa a falsidade para conquistar e se aproximar de pessoas que possam lhe server de útil para poder alcançar seus objetivos maldosos e egoístas, sem se preocupar com o sentimento de ninguém; não se acanhariam em aceitar dinheiro nas empreiteiras desonestas; manipulador (veja a anatomia do manipulador neste site). Não faz distinção entre a mãe e a vendedora de picolé na praia. Usa quem estivere disponível no momento do seu jogo.
Com sorrizo largo e mão cativa, abarca quem estiver disponível; Dizem uma coisa e fazem outra. Traem os supostos amigos e até parentes na primeira oportunidade; São temperamentais, agressivos, mudam de rumo de acordo com o vento. Pode até presentear/tentar corromper as pessoas para comprometê-las a fazer o que querem. Falam mal dos outros abertamente ou no pé do ouvido, podem até servir de leva e traz, sem escrúpulo algum, colocando as pessoas umas contra as outras.
O longo pode até se passar por aquela criatura frácil e dócil até chegar o momento de atacar. E ninguém vai acreditar que ele foi capaz de fazer o que fez. Aqui usamos a figura do “ele”, mas também existe a versão feminina da loba em pele de ovelha.
O ponto fraco do lobo em pele de carneiro é a contradição. Eles se perdem nas contradições. Estude a história de suas ações, faça perguntas de surpresa e o lobo vai ser pego nas mentiras.
A internete também cita uma “fábula grega”: “trata-se de um lobo que regularmente vem para ver o rebanho, mas nunca tenta lhe causar qualquer dano. Assim, o pastor passa a confiar nela e, numa ocasião, deixa o lobo de guarda. Quando o pastor retorna, encontra seu rebanho dizimado e se culpa por ter confiado no lobo. Em nenhum dos casos, Esopo menciona um lobo disfarçado de ovelha”, mas do aparente lobo bom, que se comporta como ovelha, inocente e boa para dar o bote.
Certa vez uma pessoa me contou uma história terrível. Ela participara de uma espécie de clube de mulheres por muitos anos. Lá elas se encontravam para trocar idéias, conversar, se divertir, relaxar. Cada vez que se encontravam alguém levava doces, bolos, biscoitos etc. E havia entre elas uma senhora muito bondosa, sempre disposta a ajudar a quem necessitasse. Ela cumprimentava a todos, se interessava rapidamente pelos problemas de cada uma, dava conselhos, prometia rezar e atuava de forma que tinha controle sobre a vida de todas as mulheres do clube e de suas famílias. Tinha, inclusive, uma caderneta de listar aniversários de nascimento, casamento… Quando alguém tinha um problema na família, corria para aquela senhora bondosa para contar tudo e ouvir seus conselhos. Tudo funcionou muito bem até que um dia uma das sócias levou uma vidente, que ninguém conhecia, para uma das reuniões sociais do clube. A pessoa me disse que quando as duas se encontraram, a vidente e a senhora bondosa, houve um clique. A vidente se disfarçou e, quando elas formaram a roda para as conversas costumeiras, ficou sentada de frente para aquela “bondosa senhora”. A vidente pediu para sair mais cedo do encontro, alegando compromisso. Sozinha com a pessoa que a levou ao clube, a vidente contou tudo que viu: aquela “bondoza senhora” fazia magia e encantamentos para todas as pessoas do clube, há anos. Esperava as pessoas adoecerem para procurá-la e pedir conselhos. Até os doces que levava sempre, muito gostosos, eram objeto de encantamento para quem os comia. Ela era, também, o “braço direito” da diretora do clube…
O lobo (ou a loba) em pele de cordeiro só causa dano onde estiver: na família, na sociedade, na política, na religião. Deve ser identificado e isolado completamente. E precisa fazer terapia antes que doenças fortes tomem conta de seus corpos físico, mental, emocional e espiritual.
em 25/09/2025
joacirpsi@gmail.com