Por José Joacir dos Santos
Há um longo caminho a ser percorrido por quem não entende o processo de reencarnação. Não dá para pular etapas. Quando comecei a estudar este assunto, queria usar a lógica da vida material, na terra. Claro que não saía do lugar porque cada dimensão do universo tem suas regras, estágios, frequências, tempo, lugar e tudo isso requer habilidades específicas, inclusive físicas. A reencarnação é mencionada sutilmente na Bíblia, mas quem escreveu aqueles artigos não tinha a capacidade, clara, de decodificar as muitas informações recebidas sobre o assunto. Mesmo convivendo ao lado de Jesus, os apóstolos não decodificavam o que ele repetia o tempo inteiro. Ainda hoje, pessoas que vivem com a Bíblia debaixo do braço não entendem o que está escrito nela, embora algumas delas tenham até nível escolar superior – ultimamente, a gente ver, nos noticiários, advogados cometendo crime e apoiando grupos criminosos, usando a intelectualidade para comprar ingresso para perder o brilho espiritual, evoluído, de suas vidas.
Quando você começa a acessar as suas próprias reencarnações sofre choques culturais terríveis. As saídas do corpo com essa finalidade não tem subtítulos nem tradução, é você por você mesmo, cara a cara, em espaços e dimensões diferentes. A volta para o corpo físico é uma mistura de alívio e preocupação. A confusão mais comum é compreender se você assiste ou é parte integrante do que se desdobra na sua frente. Mas tudo é a seu respeito.
Recentemente, deparei comigo mesmo fora do corpo físico, “vestido” em outro corpo totalmente diferente do meu corpo físico atual. Quem me levou a esse estágio não se preocupou com as preliminares, isto é, não explicou nada do que eu iria ser revelado. Magro, alto e branco, estava sentado em um banco de madeira, acompanhado de uma espécie de guarda de segurança, mulher. A sala estava cheia e logo descobri que todas aquelas pessoas estavam ali para assistir a minha execução. Sim, tinha sido condenado à pena capital, isto é, à morte.
Ninguém me disse qual tinha sido o crime e a sensação que eu tinha era a de que era uma acusação fabricada intencionalmente. Um casal adentrou na sala, sorridente, feliz. Quando fixei meu olhar neles, veio a leitura imediata. Foram eles quem me acusaram de bruxaria para se vingar de alguma coisa e ficar com a minha propriedade vizinha à deles. A vila celebrava as execuções como se fossem festividades. A justiça, nas mãos de religiosos cristãos, não investigava os fatos. Ouvia só quem acusava! No serviço público atual, tal comportamento ainda é muito presente. Há chefes, fracos, que gerenciam suas administrações com base na fofoca, na mentira e nas perseguições a funcionários.
Em dado momento, entra na sala o homem que seria o juiz final da sentença. Ele diz para todos se dirigirem ao pátio do prédio e pergunta a um dos presentes quando ele vai prender o “culpado”. Tremi na cadeira e olhei para a minha guarda de segurança, que apenas tocou meu braço em um gesto de “fique quieto”. Aparentemente, o juiz nem sabia que o acusado já estava preso e certamente já tinha passado por pressões físicas e psicológicas para aceitar pacificamente a acusação. Sem nem saber quem era o culpado, o tal juiz convidou as pessoas presentes para assistirem à execução no pátio do lugar.
A guarda de segurança apertou meu braço e disse: vamos!
Enquanto todos saíam da sala, meu estômago embrulhou e meu cérebro sofreu uma avalanche de medo e terror. Estava prestes a perder o meu corpo físico e a minha vida, naquela vida, bloqueada, por uma falsa acusação religiosa. Foi tão forte a sensação que voltei ao meu corpo físico atual, na cama. Como o universo, em sua generosidade absoluta, determinou a eternidade da alma, voltei à cena anterior onde pude ver o meu espírito sendo levado imediatamente para nova reencarnação. Não sei o que aconteceu com os algozes e nem preciso saber porque as regras universais da espiritualidade são claras. Na antiguidade, os líderes religiosos diziam: quem com o ferro fere, com o ferro será ferido! A maioria não entendia o que repetia e cometia os mesmos erros, quase sempre usando o “santo nome em vão”.
A grande sabedoria do processo de reencarnação universal é tanta que ninguém precisa apontar para os algozes, os criminosos, os falsários, os falsificadores, os perseguidores de todas as épocas: a energia deles apontará para eles mesmos no dia do próprio julgamento. A memória celular individual grava tudo, de todos, inclusive de chefões da internet que usam suas fortunas para apoiar extremistas e criminosos. Toda maldade volta para a origem, algum dia! Já me conformei quando vejo aquelas jovens de bicicleta, nas cidades grandes, roubando celulares até de pessoas idosas. Não quero estar presente quando aquela energia perveça e criminosa começar a voltar para cada um deles e suas famílias. Nem eu nem quem teve o celular roubado precisará presenciar. Celular a gente compra outro. Mas a energia do roubo não se apaga, só reverte contra o ladrão. Dá uma volta e acha sua origem, sempre, de dia ou de noite. Imagine, no futuro, aqueles criminosos, e seus chefes, sendo obrigados a ver, no telão do outro lado da vida, a história de suas vidas, permeada de crimes. É bom lembrar que roubo não vale pelo tamanho. Tanto faz assaltar um banco como roubar um ovo de galinha: é crime! Como criminosos não atingem frequências altas e por isso não têm acesso a dimensões mais evoluídas, mesmo aqueles influenciadores de última hora, dificilmente terão a oportunidade, consciente, de fazer a releitura de suas vidas. Mas, não estou aqui para perder meu tempo julgando ninguém. Como disse, no dia do julgamento, cada um apontará o dedo para si mesmo.