Por José Joacir dos Santos
O ambiente da internet está cada dia mais dominado pela inteligência artificial, sob o comando de milionários supostamente egocêntricos. Basta você pesquisar um assunto que ele já aparece resumido em texto ou em voz. Estamos perdendo a independência em pensar, raciocinar e criar. Procurei análise sobre o perfil psicológico dos apóstolos de Jesus para checar a informação de que Judas, o traidor, era, secretamente, garoto de aluguel para os soldados romanos, juntando dinheiro com o oferecimento de seus serviços sexuais. Sem profissão, foi dada a Judas a função de tomar conta do dinheiro do grupo dos apóstolos, na maioria recebido de doação. Judas era o único apóstolo que não nascido na Galileia.
Logo você percebe que a inteligência artificial é controlada, censurada e refletiria o estabelecido pelo lado conservador, direitista, das elites dos EUA, que dominam o moralismo bíblico com visão preconceituosa, que atinge todo o mundo cristão. Qualquer pensamento em contrário ou diferente é demoníaco, inclusive o homossexualismo.
Infelizmente, é muito difícil investigar apenas com base no que está escrito nos livros bíblicos, traduzidos, escritos e publicados em massa por grupos ultraconservadores, isto é, com visão distorcida da realidade, valores invertidos, nada do que Jesus queria que fosse. Agora temos um fator extra: muitas das análises são feitas com base na nova versão dos personagens apresentada no filme americano O Escolhido, que assisti a todos os episódios, muito bem-feitos.
O território chamado Judeia, onde Judas nasceu e viveu, era altamente controlado pelo exército romano e a sexualidade entre homens era comum de ambos os lados, tanto dos romanos quanto dos habitantes da Judeia, onde a palavra homossexualidade não existia, mas o costume da intimidade sexual entre homens era cultural. Não era à-toa que os soldados romanos não queriam sair daquela região, cheia de atritos. Muitos nem voltavam para suas famílias quando acabava o contrato. Todo o Oriente Médio tinha esse mesmo costume – as mulheres de Atenas, só, sem seus maridos… E os homens felizes, como o rei Davi. Jesus vivia o momento presente e por isso escolheu para discípulos aqueles que se enquadravam, na medida do possível, porque ele sabia que todos teriam seus estados de consciência alterados depois da sua intervenção.
Analistas da internet, especialmente os norte-americanos, dizem a mesma coisa: Judas traiu Jesus porque estava frustrado e pensava que Jesus iria entrar em um suposto movimento político local contra a ocupação do exército estrangeiro romano. Ele esperaria que Jesus subisse em um trono militar e declarasse guerra ao exército estrangeiro que ocupava aquelas terras (os romanos), com a ajuda das elites judias. Nada diferente do que ocorre hoje na Palestina: militares estrangeiros controlando, ocupando e dominando a Palestina na intenção de acabar com Israel, por motivos equivocadamente religiosos. Para as forças de ocupação, terroristas, o povo palestino é só bucha de canhão e Israel vai bombardeando e matando.
Com sua personalidade centrada no chacra sexual, Judas também sofreria de ressentimentos. Achava que Jesus gostava mais dos outros apóstolos do que dele e esse detalhe de carência emocional talvez tenha origem familiar, mas ninguém escreveu nada sobre isso. Talvez esperasse do mestre algo que os soldados romanos ofereciam sem pestanejar, mas estava totalmente enganado sobre o perfil do Mestre Jesus. Quem usa o sexo como moeda ver o mundo como corruptivo, manobrável, susceptível a manipulações pela tomada do poder, prestígio, ego, interesse pessoal. O beijo de Judas pode ser simbólico. Não se sabe ao certo as circunstâncias nem o motivo do beijo fora o que as escrituras contam – apenas para identificar o Mestre no escuro, para poder ser preso pelos romanos.
Análise dos apóstolos segundo os chacras
Em site esotérico espanhol encontrei análise emocional dos apóstolos feita com base nos chacras de alguns deles. Por exemplo, Jesus via o mundo pelo viés psicológico do amor, do chácra do coração. É muito difícil acreditar que Jesus tinha apenas o chácra do coração desenvolvido ou mais desenvolvido. Pedro teria a glândula pineal mais desenvolvida, o que lhe proporcionava uma visão mais ampla do projeto de Jesus, embora ele tenha tido dificuldade de entender muita coisa até Jesus aparecer para todos 40 dias depois da suposta morte na cruz. Tomás pensava pelo lado direito do cérebro: criatividade, intuição, percepção espacial etc. Mateus pelo lado esquerdo, isto é, raciocínio mais lógico, matemático, organizado. Simão seria mais devagar porque pensava mais pelo rombencéfalo (é a parte mais inferior e evolutivamente mais antiga do cérebro, localizado em sua base e conectado à medula espinhal, consistindo na medula oblonga, ponte e cerebelo). João tinha o timo ativado, o que lhe causava a bipolaridade. Felipe teria dificuldade para aprender porque tinha a tireóide muito ativa. Marta não era exatamente um apóstolo, mas era muito importante na vida de Jesus porque ela era quem organizada toda a logística de alimentação do Mestre e seus discípulos, onde quer que fossem. Então, Marta pensava muito bem pelo estômago. Tiago, o velho. Pensava pelo pâncreas. Assim como seu irmão mais novo – o discípulo João -, Tiago era uma pessoa enérgica, corajosa e audaciosa. Um perfil também muito próximo do apóstolo Pedro, que era impulsivo e focado em ação. Tiago, o menor, tinha a personalidade dominada pelos rins e era muito respeitado pela elite do judaísmo por sua firmeza nos pensamentos e fé. Sabia ser apóstolo, mas não esquecia os vizinhos. Judas Tadeu, era dedicado ao sacerdócio e sua posição nos chacras do corpo estaria no cóccix, a base sólida da coluna, a morada da kundalini. Enfim, o último a se encaixar seria Judas Iscariotes, o traidor, aquele que vendeu seu líder e todo o seu povo para um exército estrangeiro, ocupacionista, opressor, por um punhado de moedas, mas há quem diga que nessa história falta parágrafos, que Judas era muito mais envolvido com os soldados romanos, não politicamente, mas fisicamente, do que se conhece. Deu tudo errado para Judas, assim como dá para todos os traidores. É interessante notar que pessoas muito próximas a Jesus não entraram nessa análise, como Madalena, Maria e outras mulheres. Mas isso não me surpreende. A direita religiosa tem dificuldade de reconhecer a inteligência das mulheres. Todos as religiões e seitas castradoras excluem mulheres, não só no cristianismo.
Apesar de escolhido por Jesus, Judas teria visto nele uma oportunidade de ouro para os seus supostos projetos políticos. Vivendo numa cidade onde havia um soldado romano em cada esquina, ou dois, conhecendo o perfil deles muito bem, imaginou que haveria a possibilidade de usar Jesus. As supostas tentações da força do mal devem ter desempenhado suas funções muito bem porque Jesus era o inimigo deles e Judas era a oportunidade de infiltração. Parece que tudo funcionou, mas o Mestre voltou 40 dias depois da suposta morte para, com toda a bondade de que lhe era peculiar, iniciá-los com a ajuda do Divino Espírito Santo e libertá-los da cegueira física, mental, emocional e espiritual, para sempre. O traidor, Judas, perdeu, como sempre perdem os traidores.
Na escolha dos apóstolos parece ter uma coisa em comum, vista pelo Mestre: a chance de renovação, aprendizado, elevação da consciência.
28/09/2025 joacirpsi@gmail.com