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Por que São Francisco morreu cego

Outros Assuntos/ Psicologia e Psicossomática

Por José Joacir dos Santos

O ambiente em que vivemos constrói e molda o que pensamos, compreendemos, interagimos e reagimos. O cérebro se adapta a tudo isso. Uma simples análise no comportamento de indivíduos ou grupos radicais, fechados, fanáticos, religiosos ao extremo, é possível predizer comportamentos e reações extremas diante de fatos da vida real. Indivíduos que não tomam banho diariamente, que não usam perfumes, óleos essenciais, incensos, que não convivem com as diferenças, que vivem em ambientes pequenos, barulhentos, pintados de cal, com grades e outras manifestações de medo do mundo lá fora tendem a ter raciocínio curto, lento. A vista também encurta. Bombardeado com a repetição dessas informações, o cérebro diminui, a visão se deteriora e o nível de violência e insatisfação interna, consigo mesmo e com o mundo, cresce rápido. Até as feições da pessoa mudam.

Para entender bem do que estamos falando, uma pergunta: por que os templários foram extintos? Este artigo não pretende cobrir todos os aspectos deste assunto porque ele é vasto. Mas, para o leitor compreender, os templários foram criados pelo Vaticano (Ordem do Templo foi fundada em 1128 durante o Concílio de Troyes por Hugo Peyens e Geoffrey de Saint-Omer), com a pretensão de proteger (contra muçulmanos e criminosos sem religião) os peregrinos que viajavam, a cavalo e a pé, para Jerusalém, especialmente cristãos. Isso funcionou no início, mas se deteriorou com o fanatismo religioso dos membros daquela organização paramilitar com bandeiras religiosas. Os templários foram deixados sem supervisão, cada um decidindo o que fazer por si mesmo, passaram a interpretar, individualmente, normas e regras religiosas recebidas para beneficiar a si mesmo, como o fazem muitos pastores evangélicos e padres católicos. O resultado dessa indisciplina não poderia ser outro: fanatismo religioso. Não demorou muito e os templários passaram a matar.

Ao se tornarem fanáticos, os templários passaram a saquear, matar, estuprar homens e mulheres e a escravizá-los para o uso individual. Várias pesquisas históricas apontam para o fato de que eles escondiam os tesouros roubados dos cidadãos e das vilas onde passavam, além do rastro de crime e ódio que deixavam. Muitos dos templários passaram a se relacionar sexualmente apenas com homens, sem nomear essa atividade como homossexualidade. Suas práticas eram violentas e longe do que hoje se chama homossexualismo. O vandalismo chegou a tal ponto que o Vaticano ordenou o fim da instituição (Clemente V, o rei Felipe IV, manda prender os cavaleiros templários e confiscar seus bens em 13 de outubro de 1307).

Voltando para o objetivo deste artigo que é falar da diminuição cerebral de pensar com clareza devido à maneira de viver do indivíduo, outras ordens já praticavam a reclusão, em celas pouco iluminadas nos conventos, antes e depois do franciscanismo. A Ordem dos Frades Menores (nome que Francisco deu á ordem) foi fundada em 1210 por Inocêncio III, contudo só foi legalizada em 29 de setembro de 1223. A ordem dos Jesuítas, também administrada com ideias rígidas, foi criada em 1534 pelo padre Inácio de Loyola e foi oficialmente reconhecida pela Igreja a partir do papa Paulo III em 1540.

Na história do budismo há muitos exemplos de monges que se isolaram em cavernas com a pretensão de atingir a iluminação e morreram banguelos, sem cabelo, com sintomas de doenças mentais e com obsessão espiritual. Os que se salvaram do adoecimento mental foram aqueles que deixaram as celas depois de um tempo dedicado à contemplação e ao isolamento. De acordo com a neurociência, o isolamento, a falta de leitura e de criatividade diminuem fisicamente o cérebro e sua capacidade de raciocinar com clareza. As tribos de Israel que menos prosperaram foram as que tomaram um rumo conservador, cheio de proibições, preconceitos e invenções em nome de Deus. O fundamentalismo é hoje um gancho que puxa aquele país para baixo.

Sem entrar no mérito da obra de São Francisco de Assis, o frade faleceu completamente cego em 02/04/1507. Por que um homem tão iluminado morreu cego? Teriam sido as restrições autoimpostas? A pobreza não ilumina e nem é saudável. Causa mais sofrimento do que a falsa ideologia de que a riqueza leva ao fogo do inferno. Jesus se posicionava a favor dos pobres porque via as profundas divisões sociais de seu tempo, não porque pregasse a pobreza. O universo astral nos abençoa com a prosperidade e a abundância porque sabe da fragilidade do corpo físico humano. Não precisamos ser milionários para temos prosperidade e abundância, nem miseráveis para entrar no reino de Deus (que começa aqui e agora, nesta vida, e vai pela eternidade, de onde vinhemos).

A junção da carne com o espírito eterno necessita, imensamente, de vários benefícios proporcionados pela natureza e pela vida saudável com tudo o que ela pode nos propiciar. Viver bem significa morar bem, em ambiente pacifico e festivo, rodeado pela exuberância da natureza: florestas, rios, pássaros, mares, peixes, insetos, oxigênio, ausência de poluição e violência. Isso não tem nada a ver com luxúria). Uma casinha simples no campo pode ter o valor de um palácio na cidade. O que conta é quem mora dentro. Quando era criança, havia na minha cidade um convento de freiras carmelitas. Uma delas faleceu e a família não teve permissão para vê-la antes do sepultamento. Viviam trancadas!

Por falar em ambientes hostis, onde pessoas vivem em cubículos inseguros, por que guetos e favelas são focos de violência e crime? Certas políticas governamentais de armamento, supostamente para trazer segurança, provoca o contrário: ódio, violência, assassinatos, destruição, mortes desnecessárias e fora do tempo. A pobreza é alvo perfeito para a criminalidade. Os templários obrigavam às famílias a ceder um dos filhos homens para o movimento que eles expandiam dentro e fora da Europa, especialmente jovens fortes, corpulentos e bonitos…, mas nem sempre isso ocorria de forma amigável. Hoje em dia, grupos violentos fazem a mesma coisa. Adolescentes viram soltados do tráfico.

São Francisco pregou a pobreza em clara resposta à vida de opulência que sua família vivia e que ele pensava que poderia ser diferente. Ao se tornar monge, foi agraciado, nos primeiros momentos, pela beleza da pureza do coração e a simplicidade da natureza. Mas, não demorou a perceber que a ideologia da pobreza não ampara ninguém no frio europeu. Atraiu para si vários indivíduos, homens e mulheres, que coadunavam com a beleza desse ato de exaltação ao amor pregado por Jesus, vivendo na simplicidade e na pobreza. Mas, isso não demorou muito a ser contaminado. A ordem atraiu também toda classe de inconformado com a vida, de jovens que não queriam seguir suas famílias na ideologia de armas, guerras e religião, a aqueles que fugiam de seus próprios conflitos, inclusive a homossexualidade. Um grande exemplo disso foi Santo Antônio, que mais tarde se tornou Santo Antônio de Pádua (em homenagem à cidade italiana de Pádua). Pobre, Santo Antônio entrou para o convento com 15 anos de idade e na ebulição de sua adolescência sofreu muito assédio sexual porque tinha atributos físicos da masculinidade maiores que a maioria de seus conterrâneos. E decidiu se dedicar a Deus. As ordens religiosas de tornaram severas, duras, rígidas e os abusos sexuais foram encobertos por centenas de anos.

Francisco segurou todo o peso de sua iniciativa enquanto foi possível. Expandiu seu pensamento pela Europa ao mesmo tempo em que Clara, uma bela jovem admiradora, expandia a mesma ideologia religiosa entre mulheres e fundava conventos, muitos deles com a proibição de que as monjas tivessem contato com o mundo exterior. Viveu em um tempo em que ser jovens eram submetidos a casamentos arranjados (copiados do islamismo) para fortalecer a fortuna das famílias ou a vida militar das infindáveis guerras por território e domínio. Muitos jovens “diferentes” seguiram a trilha religiosa católica de conventos e ordens religiosas. Muitos jovens homens fugiram para o Novo Mundo (Américas). Não havia outra opção. Diante da pobreza na Europa daquela época, a vida religiosa era um bom emprego.

A grande maioria não tinha vocação, só queria fugir de alguma coisa. E aí começam a aparecer os aproveitares de situações, como ocorreu com a vinda dos portugueses para o Brasil e dos espanhóis para o resto das Américas.  Como cito em meu livro Prazer entre Homens, o primeiro bispo católico designado para o Brasil acabou sendo morto e devorado por canibais. Era extremamente preconceituoso, racista e odiava os indígenas brasileiros. Chamava eles de selvagens e a igreja continuou a usar essa palavra racista por centenas de anos. Muitos religiosos vieram para o Brasil para acumular poder e riqueza pessoal.

Uma das falhas do projeto de São Francisco foi o controle sacerdotal, carregado de moralismo, rigidez, que se refletia nas freguesias, paróquias e comunidades. Jesus foi crucificado quase nu e a igreja obrigava seus religiosos a se vestir de corpo inteiro (como muçulmanos). A igreja se encarregou de reforçar o poder machista e soberano de homens sobre mulheres. A clausura, a pobreza, a renúncia aos prazeres da vida, como tomar banho de sol, o medo do fogo do inferno e dos supostos castigos de Deus aterrorizam religiosos, por séculos. E esse medo, traumático, foi repassado para as comunidades civis.

A ciência hoje sabe que pequenos prazeres da vida alimentam o cérebro de criatividade, alegria, rejuvenescimento. Os religiosos que eram enclausurados envelheciam mais rápido, adoeciam, a vista ficava curto pela insuficiência de luz nos conventos de muros altos. Perdiam a capacidade de raciocinar com clareza, de lidar com a vida real, com o mundo exterior, porque seguiam o mundo da bíblia, em suas inúmeras versões adulteradas, de costumes atrasados, milenares. Perdiam o discernimento. Estudos apontam para esse mesmo fato ocorre com prisioneiros. A partir de um ano enclausurados, prisioneiros começam a perder a capacidade de ver situações de forma ampla. Celas minúsculos, com pouca luminosidade e ar fresco, adoecem os corpos físico, mental, emocional e espiritual do encarcerado. Passam a acreditar que o crime é a solução para suas vidas fora das grades.

Fanáticos religiosos cristãos ou muçulmanos, que se limitam à leitura de um só livro religioso, também perdem a capacidade de lidar com diferenças sociais. Como trazer para o dia de hoje os costumes de mais de mil anos atrás, onde não existiam internet, celular, carros, avião etc. O fanatismo vira uma bola de ódio capaz de incendiar e matar. A restrição dos prazeres da vida, incluindo a de hábitos saudáveis como tomar banho diário, ouvir música, dançar, tomar um copo de vinho, usar perfumes, apreciar óleos essenciais e tudo o mais que cheira, contribui para o recrudescimento mental. O Irã continua matando mulheres que deixam o véu cair da cabeça…

É fácil verificar isso nas multidões das ruas. Pessoas fanáticas tem hábitos de vestimentas antigos, tentam encobrir o corpo físico, desprezam a aparência, vestem-se com cores escuras, escondem os cabelos da cabeça, discriminam pessoas pela cor, raça, sexualidade, religião e hábitos sociais das diversas etnias. Líderes religiosos investidos nesse retrocesso humano incentivam o ódio com objetivos eleitoreiros e são capazes de apostar na falsa necessidade de armas e munições. Religião não é partido político, mas as igrejas no Brasil já confundem isso há muito tempo e o resultado social é catastrófico para a democracia. O lugar de religiosos é nas igrejas, atendendo a sues paroquianos, não na vida política. Portugal cometeu esse erro a partir de 1500 e hoje ainda pagamos por isso.

————– Recomendo os livros abaixo como aprofundamento da leitura deste tema:

A visão cega e a nossa consciência

Psicologia e Psicossomática

Por Luciano Magalhães Melo (*)

Algumas pessoas com o córtex visual primário lesionado conseguem ver sem ter a consciência de estarem enxergando

Se você leu o título, provavelmente supôs que a seguir virá um texto sobre aqueles tão comuns que olham, mas não veem nada. Esses que não valorizam as evidências, mas se apegam a teorias escusas. Sua adivinhação meu caro, mal se aproxima da intenção real que me fez escrever estas linhas, como verá. Meu propósito é mais amplo: é fazer você duvidar de suas certezas e compreender que a sua consciência, a minha e a do negacionista emergem como subproduto de uma atividade cerebral incógnita. Para isso, usarei o exemplo da visão cega, que mescla os conceitos a princípio opostos, os de percepção e de inconsciência.

Nossa interpretação do mundo muito depende da visão. O olho possui um sensor, a retina, especializado em transformar a luz em impulsos elétricos. Esses são encaminhados para a parte posterior do cérebro, o córtex visual primário, local da interpretação objetiva dos estímulos luminosos. Após a atividade iniciada nos olhos, o córtex visual primário se torna um centro a ativar outras regiões cerebrais, que ocupam quase a metade do cérebro, conectadas em rede. Assim, conquistamos a experiência da visão.

Lesões cerebrais específicas que rompem essa malha neural podem resultar em manifestações clínicas bastante peculiares, como a incapacidade de reconhecer rostos ou de perceber os movimentos; a perda de habilidade de ler, mas não a de escrever; a sensação e a crença precisas de que se enxerga o mundo, mesmo quando se está definitivamente cego. Sintomas intrigantes, como os que perfazem a visão cega, a que deu o título dessa coluna.

Essa atividade visual permite que algumas pessoas, cujo o córtex visual primário foi lesionado, vejam sem ter a consciência de estarem enxergando algo. Esses indivíduos andarão por um corredor e desviarão de pequenas obstruções sem se darem conta de que mudaram levemente o percurso. Se questionados dirão que caminharam sem ver nada, pois são cegos. Surpreendentemente acreditarão que percorreram um trajeto desimpedido.

Visão cega, portanto, é a percepção sem a consciência.

A explicação para tal fenômeno não é plenamente conhecida, mas existem algumas teorias. Uma delas é que outra área cerebral se desenvolve para compensar o dano ao córtex visual primário. Esse local pertencente à rede neural designada para a experiência da visão, mas atende a uma demanda: enxergar o movimento. Outra teoria aponta que antes de atingir o córtex visual primário, as informações processadas nos olhos ativam outras partes cerebrais (envolvidas nas reações “rápidas e sujas”), as instintivas ou, se preferir, intuitivas. ​Mas o mais importante de tudo é saber que a visão cega não é completamente tamponada pela consciência. Em outras palavras a visão cega acontece o tempo todo e influencia nossa vida. Essa função nos permite apanhar um objeto que acabou de escapar de nossas mãos, evitando que se espatife. Entretanto, também marca nossa conduta social. Pois essa função nos faz reconhecer padrões fisionômicos que transparecem confiança ou desejo em dominar.

Como descobriram isso? Cientistas mostraram fotografias de expressões faciais para pessoas cegadas por lesões do córtex visual primário. No ato pediam um palpite. Estaria diante de alguém com raiva, medo ou alegria? O acerto foi superior a 80%, resultado que sugere ser a visão cega um guia para as nossas interações, a impulsionar o contato ou a repulsa. Essa identificação inconsciente de estados emocionais provavelmente reflete um engenho evolutivo, projetado para nos proteger de situações ameaçadoras.

​Nosso cérebro não consegue dominar toda a vastidão de informações presentes no mundo, inclusive as que estão bem diante de nossos olhos. Nossas concepções são construídas sobre uma quantia limitada de dados, selecionadas por mecanismos de detecção de saliência.

Como os processos conscientes ou instintivos influenciam essa seleção é uma grande questão sem resposta. Até mesmo porque a consciência é um pequeno elemento de uma grande operação cerebral profunda. Mas esse elemento influencia até mesmo a maquinaria cerebral mais primitiva. Por isso na maioria das vezes escapamos de ser brutais e conseguimos conquistas artísticas, filosóficas e científicas entusiasmantes. Disponíveis à nossa vista ou a outro sentido.​

Referências:

Eagleman, David “Incógnito: A vida secreta do cérebro”, Editora: Rocco;

Ajina S, Bridge H. Blindsight and Unconscious Vision: What They Teach Us about the Human Visual System. Neurosci 2017; 23: 529–541.

Ajina S, Pollard M, Bridge H. The Superior Colliculus and Amygdala Support Evaluation of Face Trait in Blindsight [Internet]. Front Neurol 2020; 11Available from: https://www.frontiersin.org/article/10.3389/fneur.2020.00769/full

Georgy L, Lewis JD, Bezgin G, Diano M, Celeghin A, Evans AC, et al. Changes in peri-calcarine cortical thickness in blindsight. Neuropsychologia 2020; 143: 107463.

Kinoshita M, Kato R, Isa K, Kobayashi K, Kobayashi K, Onoe H, et al. Dissecting the circuit for blindsight to reveal the critical role of pulvinar and superior colliculus. Nat Commun 2019; 10: 135.

Koenig L, Ro T. Dissociations of conscious and unconscious perception in TMS-induced blindsight. Neuropsychologia 2019; 128: 215–222.

(*)Luciano Magalhães Melo, médico neurologista, escreve sobre o cérebro, seus comandos, seus dilemas e as doenças que o afetam. Publicado no jornal Folha de SP, em11.set.2020 às 2h00

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luciano-melo/2020/09/a-visao-cega-e-a-nossa-consciencia.shtml

Negar é guardar lixo emocional debaixo do tapete

Psicologia e Psicossomática

Por José Joacir dos Santos, Psicoterapeuta

Há pessoas que só acreditam naquilo que querem porque é conveniente Qualquer contradição, venha de onde vier, é motivo de discórdia profunda. Outras só escutam o que querem ouvir e essas adoecem mais facilmente. Ambos os casos são exemplos perfeitos do processo de negação emocional, mental e até espiritual. A característica mais evidente de quem se encontra nesse estado é a reação de ignorar ou manipular aqueles assuntos que contradizem ao que elas querem acreditar, pensar ou enxergar. As notícias falsas são um bom exemplo de manipulação da imprensa e de pessoas que se dedicam a isso nas redes sociais.

O indivíduo viciado em maconha vai defender seus soldados do vício e fazer referência à chamada “maconha medicinal”. Vai ignorar os mais de 100 mil outros artigos científicos que mostram claramente o efeito colateral da erva para indivíduos que não apresentam doenças terminais. A maconha, como a heroína, ajuda a morrer. O craque ajuda a eliminar o cérebro. Vão ignorar e fingir que não lhes falta saliva na boca; que o esperma e a libido diminuíram; que não conseguem se concentar; não conseguem ler um livro até o final; que a melhor coisa do mundo é usar drogas para não pensar na vida… Será que elas vão pensar na vida depois da morte? Vão dizer que não são eles que alimentam os inúmeros assassinatos, assaltos e outras violências que ocorrem no país todo dia. Se não houvessem viciados, não haveria o tráfico.

Tive cliente que acreditava que todos os homens eram maus porque ela foi abusada sexualmente pelo pai, por mais de dez anos, e nunca contou a ninguém. Outro adorava bater em gays porque escondia o fato de ter sido estruprado numa rua escura por um policial do trânsito que lhe parou para checar os documentos de motorista, que ele não tinha porque estava com o carro escondido do pai. Também não perdia a oportunidade de ir ao parque da cidade à noite em busca de aventuras sexuais violentas, nas quais ele pudesse subjugar o parceiro. Outro brigava com os irmãos quando eles diziam que a mãe era violenta. Ele, que foi mimado por ela desde o nascimento, achava que a mãe era maravilhosa e que os irmãos mentiam ou levantavam falsos testemunhos contra ela. Um caso inesquecível é o daquela cliente que separou-se do marido e arranjou um “rato de praia”, como ela definia. O seu “lindo rato de praia” roubava carros, motos, relógios e repassava o produto roubado para gangues e compradores em outros estados. Atuava nas praias, às vezes de franelinha ou de “guarda de estacionamento”, naqueles lugares onde o cliente entrega a chave ao manobrista.

Há pessoas que mudam de opinião quando são confrontadas porque não querem se livrar de convicções profundas, mesmo que ultrapassadas, que nunca deram certo, mesmo envelhecendo sem construir nada de positivo na vida. Também comportam-se assim para não enfrentar a autoridade mais próxima, as vezes o próprio pai. É o caso daqueles filiados a igrejas sem fundamento cristão algum, que vivem da exploração do ódio, do preconceito, do dinheiro, em nome de Jesus, usando bíblias mal traduzidas e equivocadas que alimentam o interesse ninguém sabe de quem. Fingem que nada disso existe e que a igreja delas é a mais autêntica, até mais do que o próprio Jesus, que nunca falou de sexualidade ou do gênero de ninguém. Pelo contrário, disse para amar o próximo com a si mesmo.

Se são confrontadas, usam as armas emocionais de chantagem, aquelas que conhecem bem porque sabem das fraquezas de suas vítimas. Jamais perceberão que suas igrejas estão ficando vazias, como ocorreu com a Igreja Católica, preocupada excessivamente com política, aborto, casamento gay e outros assuntos sociais que não lhe diziam respeito, enquanto que no escuro da sacristia coisas aconteciam com padres infelizes. Nos EUA, 9 entre 10 igrejas evangélicas fecharam ou estão fechando porque ninguém aguenta mais tanta lavagem cerebral e tantos assuntos longe da realidade da vida.

Os partidos politicos também estão em crise no mundo inteiro, só eles não percebem isso. Ninguém quer mais saber de posições políticas radicais, antigas como socialismo, comunismo, anarquismo, nazismo etc. Ao serem confrontados, eles reafirmam sua opiniões e são capazes de matar por elas. É o que ocorre na Grécia, com o chamado “Amanhecer dourado”, um partido nazista. No mundo islâmico, países como Qatar agora vêem claramente a escuridão das políticas religiosas fundamentalistas que matam quem não pensar do mesmo jeito.

Há os que estão presos a costumes ultrapassados, antigos e que não deram certo nas sociedades, como tatuar o corpo todo, vender pulseirinha de pano como o faziam os hippies dos anos 1970; os que só comem feijão com arroz, mesmo que esteja rodeado de verduras e frutas; há ainda os que imitam a famosa apresentadora Xuxa, que nunca saiu da infância. O caso coletivo mais agravante é o da população de algumas das cidades brasileiras como Rio de Janeiro e Salvador. O crime mora ao lado e elas vão para a avenida ou para o bloco no carnaval como se estivessem no paraiso. Ambas são cidades privilegiadas pela história e pela natureza, mas a população residente não diz não ao crime e assim o medo de falar palalizou a todos. Entra um politico e sai outro mas nada muda. Como mudar se o dinheiro que elege vem do crime? A qualidade dos politicos reflete o desejo social do povo, não tem jeito. Povo ignorante, povo infeliz. Nos Estados Unidos e na Europa há o grupo poderoso dos antivacinas. Claro, eles vivem perto dos grandes laboratórios farmacêuticos que adoram perpetuar doenças terríveis!

A falta de uma visão clara, acurada e feliz da vida é um dos maiores impedimentos do desenvolvimento social. A pobreza é um processo de negação. Quem olha para a sociedade brasileira como um todo, estando de fora do país, consegue ver, claramente, as mazelas que levam à pobreza. A maioria dos nossos compatriotas sabe julgar, apontar o dedo, acusar, depredar, diminuir e tem dificuldades imensas, as vezes insolúveis, de ver o que é bom, como conectar-se com o positivo, o construtivo. Quem teve a idéia “brilhante” de jogar plástico no mar? O mar é última fronteira humana e a  humanidade quer acabar logo com isso. Portanto, plástico no mar, nos rios, nos lagos!

Em um país rico em recursos naturais, onde árvores frutíferas nascem na beira das estrados, nos lixões e quintais, há quem passa fome no Brasil e em toda a América Latina – o pensamento é o mesmo, colonial, escravista, pobre. E políticos adoram essa parte. Os venezuelanos sabiam que Chaves era apenas um motorist de caminhão analfabeto mas colocaram ele na presidência da Venezuela e jamais deixaram ninguém tocar nele. Um dos mais controvertidos candidatos à presidência da República é um pastor evangélico racista, homofóbico e que é eleito exatamente no paraíso turístico do Brasil, onde há uma grande população negra e gay, alimentada pelo turismo.

Olhar para baixo, para o ruim, o pior, o que não presta é característica da pobreza em geral. Ser pobre não é sinônimo de desgraça nem de sujeira. Mas há pessoas que, nessa condição, só se aliam ao que de pior oferece a sociedade, embora haja opções melhores. Enfrentar opiniões diferentes e a diversidade com faca na mão é assinar contrato com a desgraça de todos aqueles que virão da própria geração. Há uma imensa carência na nossa cultura de se pensar na construção do bem-estar das futuras gerações. O imediatismo é visível entre políticos, líderes, igrejas e partidos. Querem apenas dinheiro, promoção pessoal e de suas famílias, nada pelo país. Negar os avanços sociais é o caminho escolhido por essa gente.

Não há muito interesse nas lideranças em corrigir aquilo que é falso ou politicamente incorreto. Há milhares de sites na internet vendendo produtos e serviços falsos mas os responsáveis pela segurança estão dormindo. As igrejas colocam lenha na fogueira radioativa. Quanto mais contaminar, mais renda no bolso e mais miséria no país. O povo é o grande alimentador desse círculo vicioso da miséria, da corrupção, da pobreza, do desencanto, da criminalidade e da tristeza do país. Mas, nega. Acha-se vítima! Se você confronta a pessoa levanta a voz. Reclama dos politicos como se visitantes de outros planetas tivessem votado neles nas últimas eleições. Prefere vive nesse estado de demência. Certa vez, quando me posicionei contra o golpe contra Dilma uma pessoa amiga quase me expulsou de sua casa. Quando o lava jato explodiu e ficou provado que quem golpeou a Dilva queria seconder a corrupção do lava jato e tirar ela do meio para não atrapalhar ninguém, aquela pessoa nunca me escreveu para pedir desculpas.

A imprensa é apenas o reflexo daquilo que vende, que o povo quer ler. Jornais do Rio de Janeiro são o pior exemplo disso. Um dos candidatos à presidência da República, carioca, que é racista e homofóbico, aparece nas primeiras páginas daqueles jornais todos os dias. O povo não ler, e a imagem sublimar vai ficando na cabeça e isso é voto certo. Podemos dizer que houve uma vez uma imprensa livre e construtiva no país. Agora, é preferível ler notícias sobre o Brasil publicadas em jornais estrangeiros.

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