Centro Oriental Kuan Yin

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Energia volta para a origem

Outros Assuntos/ Vidas Passadas/ Xamanismo

Por José Joacir dos Santos

A mediunidade, quando flui, é uma bênção dos céus. Todo ser humano recebe, ao nascer, a sua parte, os seus dons, independentemente de onde e como nasceu. Tais dons podem ser retirados a qualquer momento ao longo da vida, especialmente se a mediunidade for usada para práticas de maldade. Por que alguém dedicaria a preciosa vida para aprender técnicas de amarração e outras maldades semelhantes?

O que diferencia a mediunidade de uma pessoa para outra é o grau evolutivo daqueles dons. A ignorância da família, dos párocos e dos líderes religiosos tende a destruir a mediunidade dos seus filhos, dependentes emocionais, membros das igrejas e templos, especialmente daquela família dependente de leitura, isto é, não ler nada, copia o que lhe dizem nos templos, em nome de deus, e sai espalhando pelas ruas. A deficiência de leitura no Brasil é assustadora. Tem gente que passa mais de um ano sem pegar em um livro para ler. E assim a mente das pessoas vai absorvendo tudo o que não lhe pertence. Isto é, absorve o que bem dos outros.

Aqueles que passaram por lavagem cerebral religiosa ou que se converteram a outras religiões em atos de desespero emocional são as mais vulneráveis. Passam a se alimentar de pregações atreladas a versões mal traduzidas do evangelho ou até de conhecimento oral, onde se pode adicionar qualquer coisa porque papel aceita tudo o que for nele escrito. Um rápido acesso nas redes sociais é possível ver grande quantidade de pastores falando de si mesmo, “do meu deus” em vez de falar de Jesus.

Pregações negativas ou equivocadas, assim como trabalhos de magia “negra”, podem atingir ou não o (a) destinatário (a) mas, com certeza, voltam para quem encomenda, para que faz e para quem prega erradamente o que chamam de “a palavra de deus”. A energia obedece aos comandos da sua origem e para eles retorna, quase sempre em dobro do que foi originado. Os trabalhos de magia ou feitiçaria demandam muita energia, que é retirada de quem faz e de quem manda fazer. Aqueles trabalhos de amarração não são nada saudáveis para nenhuma das partes envolvidas. Não existe energia má, existem pessoas más que usam a energia erradamente e para a maldade;

Anticristos subiriam ao poder em 2025

Graças à mistura de raça e cultura existente no Brasil e ao trabalho incansável de seres como Chico Xavier, nosso país tende a ser mais aberto para a mediunidade, embora tenha crescido a intolerância religiosa advinda de seitas evangélicas, nos últimos anos. As más formações de pastores só contribuem para o crescimento da intolerância religiosa. Pessoas bem formadas acessam o conhecimento básico sólido, não a filosofia do medo do fogo do inferno ou do demônio empregada em algumas igrejas. Mas, ela não é apenas um privilégio de brasileiros. O mundo piora a cada instante. A energia mal-empregada chegou até a governantes. Dizem que em 2025 subirá ao poder, com influência do mal, a pura energia do mal.

A mediunidade é depositada no corpo espiritual de todo ser humano no planeta terra, não importa a religião a que pertença. Até ateus têm mediunidade. Animais tem mediunidade e outras percepções que ainda não achamos nos dicionários. Por isso, a intolerância religiosa, seja qual for e de onde for, é uma aberração, é anticristã.

Todos os seres humanos são conectados ao mesmo fio dourado de deus. Eu já experimentei, ao vivo, a energia emanada por pessoas de diversas religiões e em diversas partes do mundo e percebi que tudo leva a deus – só depende da intenção de chegar a deus. A religião é só um pequeno detalhe e as vezes pode estar equivocada. É importante ter os olhos para ver e perceber que o líder da sua igreja está no caminho erra, quase sempre fazendo fortunas pessoal. Nenhuma religião é mais importante do que outra. Mas algumas só tem o nome. São vazias e doentias. Seria muito bom se alguns cristãos (católicos e evangélicos) viajassem para a Europa e Estados Unidos, para verificar, com os próprios olhos, as inúmeras igrejas cristãs vazias, secas, onde a energia boa foi retirada pelas mal práticas, há muito tempo.

O divino espírito santo

O grande benefício da mediunidade é a sabedoria divina, a conexão direta com a energia chamada de Divino Espírito Santo, do Grande Sol Central. O bebê já nasce com essa conexão, sendo ela respeitada, terá um grande futuro. Se a família interferir, funcionará como um fio de luz descoberto que poderá, a qualquer momento, criar curto-circuito e períodos chuvosos da vida. A mediunidade é um benefício que se estende a toda a família. As vezes é um projeto único. Infelizmente, algumas famílias resolvem seguir outros caminhos e se perdem.

A pessoa com mediunidade acima da média fica muito visível, como uma lâmpada na noite escura. Incomoda muito. Sobre bullying, perseguições. São discriminadas, isoladas, agredidas. Tive uma chefa que mandou colocar meus livros na lata do lixo porque, segundo elas, terapias holísticas eram coisas do demônio…

Se não tiver apoio familiar e (social) da religião que pratica, o médium poderá ser vítima de toda espécie de mosquito energético, inclusive de espíritos perdidos que vagam pelas ruas, cemitérios, igrejas e lugares de culto religioso barulhento. Há centenas de espíritos perdidos pelas ruas e lugares favorites de todas as cidades do planeta, especialmente aqueles que esperavam ser recebidos por tapetes vermelhos, depois da morte, ou que pensavam ter lotes garantidos no outro lado da vida, mas isso não aconteceu. No outro lado da vida não tem dízimo. Não se pode comprar a fé ou o pensamento, a mente. É um choque!

O que médiuns devem evitar

Não é muito fácil identificar lugares onde não devemos frequentar, bem como observar igrejas que são negativas e não prosperam. Pessoas muito sensíveis, que têm mediunidade acima da média, devem evitar o uso exagerado de bebida, fumo, droga, jogo de bicho, filmes pornô, de violência política, de incitação do ódio, de líderes ou influenciadores vazios, cemitérios, cenas de crime, lugares conhecidos como assombrados, igrejas e templos onde os líderes falam alto, gritam ou falam muito mais daquele anjo oposto do que no nome de Jesus.

Há centros de religião de matrizes africanas maravilhosos, que trabalham e ajudam a pessoas vivas e mortas, mas há aqueles onde os membros perderam as aulas de geografia e história. Se autodenominam de matrizes africanas, mas só prejudicam tanto os vivos quanto os mortos, com rituais macabros e antigos. Recebem dinheiro para fazer o mal a outras pessoas e a sí mesmos. Sim, o mal retorna para a origem! Acontece do mesmo jeito com igrejas que se dizem cristãs, mas que suas práticas denunciam a mentira do caminho.

Se uma igreja grita com os fiéis pedindo joias, dinheiro ou propriedade, nem Jesus nem qualquer anjo, arcanjo ou orixá está presente no lugar. Orixás são mentores espirituais que merecem todo respeito.

Hitler não perdia um culto todos os domingos

É muito difícil as pessoas compreenderem a diferença entre fazer um trabalho para o bem das pessoas envolvidas e fazer um trabalho para o mal. Nem todo mundo tem nível de instrução, conhecimento e formação para trabalhar com energia, especialmente envolvendo espíritos que vagam pelas ruas. Assim como existem padres e pastores malformados e sem muito conhecimento, existem sacerdotes de outras religiões que, pela ganância financeira, deixam de cumprir estágios do conhecimento adquirido (se é que adquiriram) para fazer trabalhos envolvendo a energia da maldade, da ruindade e até da criminalidade. Nada tem a ver Jesus com o uso e venda de drogas! Muitos têm o ego tão alterado que não conseguem enxergar seus limites e se acham poderosos. Mas, se enganam. A energia do mal volta para sua fonte. Hitler não perdia um culto da igreja que frequentava. Os agentes esperavam na porta para lhe atualizar de quantos judeus e não-judeus tinham sido assassinados, em nome dele (Hitler) durante o culto…

É importante repetir o que a espiritualidade diz todos os dias para espiritualistas e não espiritualistas: a maldade volta para a origem, para quem fez. Isso inclui os mandantes e quem faz os trabalhos. É como na criminalidade, os executores dos crimes pegam as mesmas penas de quem encomendou o crime. É muito fácil ver quem passou por esses processos: a mediunidade é retirada da pessoa, seja ela de qualquer nível hierárquico do centro espírita, do templo ou da igreja. Todos os dias vemos pelos jornais líderes religiosos cristãos envolvidos com todo tipo de criminalidade, inclusive tráfico de drogas. Quando o nome chega aos jornais, os envolvidos já perderam, há tempos, o dom da mediunidade porque a justiça de Deus não falha. E aqui falamos do deus único, universal, com manifestações culturais diferenciadas. Deus é amor, mas o fruto das nossas atividades no planeta é bem observado e a justiça divina existe. Deus não castiga ninguém. Cada indivíduo se auto castiga porque a energia que gera mentalmente só pertence a si mesmo. Por que você arriscaria perder sua imunidade fazendo bruxaria e alimentando a maldade do mundo das sombras?

Os que se escondem atrás da religião

Pessoas infelizes, desesperadas e cheias de traumas não entram para as religiões com o objetivo de curar os seus males. Entram para adquirir ferramenta para a maldade. Na época do descobrimento do Brasil, as pessoas entravam para a igreja para fugir dos problemas familiares. Eram poucos os que tinham vocação religiosa e a história do Brasil está cheia de casos confirmados. A maldade funciona como um tiro no próprio pé, volta para a origem. A espiritualidade universal não dorme de dia nem de noite. Ninguém escapa dos próprios desvios. Ninguém consegue se esconder da própria maldade. Quem faz aqui paga aqui, mais dia, menos dia. Quem aprisiona espírito para o trabalho da maldade é como quem guarda cobra dentro de uma lata.

O Brasil foi, é e sempre será abençoado com a encarnação de espíritos maravilhosos que se debruçam sobre as agendas de cada indivíduo, auxiliando na evolução do espírito porque esse é o processo universal de toda a galáxia. Não há quem interrompa. Só Chico Xavier canalizou mais de 500 livros educativos sobre os mais diferentes temas espiritualistas. Os livros de Kardec, traduzidos para muitos idiomas, também são cada vez mais atuais naquilo que se propõem. Matrizes africanas como a Umbanda tem se desenvolvido muito graças a orientação de mentores dedicados e a publicação de livros. No cristianismo, a bíblia tem sido mais bem traduzida para corrigir os muitos equívocos, especialmente as versões traduzidas sob a influência de evangélicos estadunidenses. São eles quem sustentam a direita política dos EUA, sim, aquela que ignorou todos os crimes cometidos por candidatos às eleições de 2024, como se nada tivesse acontecido.

Hoje em dia tem livros budistas instrutivos em qualquer canto, até de aeroportos. Quer dizer, não há desculpa. Há muito leitura disponível. Não há mais lugar para trabalhos de magia “negra” para ganhar dinheiro e fazer o mal. Esse tipo de prática já deveria não mais existir. Teimosos e cegos, negacionistas, continuam investindo no lado escuro da maldade, mas o retorno é certo para todos eles. Não sou eu quem vai jogar uma praga. E não sou eu quem vai julgá-los. É a providência divina, que está dentro de cada um de nós, vigiando noite e dia.

Conheci muita gente vítima da maldade de trabalhos feitos e também fiquei encantado com a ajuda espiritual que mostra quem faz, onde faz, quem mandou, qual o objetivo, como desmanchar. Há espíritos especialistas em tudo isso e usam a bondade de suas almas para ajudar a devolver tudo para a origem. E o mais interessante é que a bola volta com a carga toda e não há nada que possamos fazer porque a energia adquire vida própria. Quem faz maldade está desperdiçando o próprio livre arbítrio, que funciona no mundo da espiritualidade como moeda de troca. Não há um banco físico para guardar os créditos e os débitos. Eles ficam atrelados ao corpo espiritual de cada indivíduo, de forma que o céu ou o inferno está grudado em cada um de nós. 07/12/2024

jjoacir@gmail.com

 

O caminho tibetano de cura energética

Xamanismo

Xamanismo: O caminho tibetano da cura holística

Por imperador amareloJosé Joacir dos Santos

Uma das coisas que mais me chamou atenção nas minhas primeiras visitas aos templos tibetanos e taoístas na China, Hong Kong e Tailândia foram as armas exibidas por divindades espiritualistas (tanto do budismo quanto do taoísmo). Máscaras e expressões faciais não ficavam por menos e o desavisado ocidental, acostumado com a cara bonita dos santos de olhos azuis, pode se assustar e imediatamente fazer uma ligação daquelas representações com “demônios” do catolicismo e das seitas evangélicas.

Para o tibetano e grande parte dos orientais acostumados com as tradições milenares, tais entidades têm poder e são elas que atravessam as dimensões do tempo, do espaço e da hierarquia dos mundos com uma só finalidade: a bondade. A espada de São Miguel, por exemplo, não seria uma espada de metal, mas de luz intensa, capaz de desfazer a energia contrária à luz e à evolução. Nas religiões de matriz africana também seria a mesma coisa porque no mundo espiritual não há a materialização de metais terrenos.

São muitos os objetos que aparecem como “armas”. Quando a mestra ascensionada Kuan Yin necessita ir aos infernos (umbrais) e nesse trajeto precisa  enfrentar os “donos” dos lugares, armados, ela não se faz de rogada e materializa artefatos semelhantes à natureza densa daqueles que encontra para dar o tom de igualdade de condições e distrair tais criaturas prostradas nas portas e portais do tempo. Ela também é Canon, Cherezig, Pu Sa, Avalokitesvara e veste-se de acordo com a missão de luz que precisa empreender. Se uma pessoa necessita lidar com abelhas e mosquitos se veste adequadamente, não é mesmo? Na pandemia da Covid-19, a máscara barra o vírus porque foi criado para o mundo material.

Sacrifício de animais

Para o xamanismo tibetano, a espada é um dos instrumentos de trabalho espiritual e essa maneira de ver foi incorporada às sérias escolas de artes-marciais orientais. O iniciado recebe esse presente de seu mestre para ser utilizado nos momentos de transe e de luta contra o portador do mal. O instrumento transfigura-se e aparece aos olhos de todos os que forem de outros mundos, especialmente os anjos inconformados e presos ao ódio chamados demônios. Essa tradição é registrada pelos estudiosos tibetanos e siberianos, e o pesquisador René de Nebesky Wojkowitz diz, em seu livro “Oracles and Demons of Tibet” (Oráculos e demônios do Tibete), que muitas das tradições xamânicas tibetanas sobreviventes são pré-budistas e semelhantes às práticas da gelada Sibéria (Rússia), apesar das distâncias geográficas, caracterizando, assim, a raiz xamânica humana.

Ao contrário de algumas das tradições xamânicas latino-americanas, nas quais são utilizados elementos alucinógenos como haxixe (mascado ou fumado, ayahuasca), fumo, álcool e sacrifício de animais nos processos de transe de médiuns e xamãs, nas tradições tibetanas isso é completamente proibido. Quem utiliza aqueles elementos são tidos como impostores, passíveis de punição se a comunidade descobre. O máximo que é permitido ao médium ou xamã tibetano (e siberiano) é a queimação de folhas de Juniper, uma árvore medicinal também utilizada nos funerais na Índia em forma de óleo essencial nas cerimônias de purificação.

Música como auxiliar do transe

O principal elemento utilizado para induzir ao transe é a música. A música é tida como auxiliar no processo de incorporação dos espíritos, ajuda na utilização do corpo do médium/xamã e na expressão verbal. Há uma rica gama de instrumentos utilizados em cerimônias sagradas e em todas elas há o processo de incorporação de espíritos. Algumas orações são cantadas em ritmo acelerado para facilitar e dar o tom do processo de incorporação e manifestação verbal da entidade e facilitar a transição entre uma sintonia e outra (uma faixa vibratória e outra, uma dimensão ou frequência e outra).

Depois que a entidade assume totalmente o corpo do xamã, passa e fazer ajustes de cura no corpo do próprio médium, daí o perigo de incorporar espíritos pouco elevados, aqueles que querem coisas do mundo físico como bebida, comida, sexo etc. Os passos são os seguintes: o espírito a ser incorporado é invocado, chamado. Acredita-se que ao chamar ele imediatamente apresenta-se, daí o fato de os tibetanos não pronunciarem nomes de demônios e de entidades conhecidamente perturbadoras e atrasadas. Com o ritmo da música há a incorporação. A entidade dança até ajustar-se ao corpo do médium. Os lábios enchem-se de espuma (expulsão das impurezas do corpo do médium). O rosto contorce-se e muda de figura. O corpo do xamã é dominado e ele acalma. A entidade então fala, dá instruções, ensina e canta orações e mantras. Neste momento a entidade pode exibir poderes de materialização de objetos, cura de doenças, executar cirurgias, e muitas outras habilidades que a comunidade sabe que o xamã em sã consciência jamais poderia executar ou dizer ou explicar  ou cantar. No mundo espiritual, os tons musicais são uma língua franca.

Em algumas circunstâncias, os espíritos fazem questão de provar a idoneidade do xamã. Para isso a entidade utiliza-se de espada ou de qualquer arma cortante de uso pessoal do xamã e faz com que o médium se corte sem sentir dor alguma. Esses “cortes” também servem para purificar o corpo do médium dos venenos que incomodam a energia do espírito.

Tive a oportunidade de participar de algumas dessas cerimônias, na qual a entidade retaliou a língua do xamã e com o sangue que jorrava escreveu para mim um mantra, com as devidas recomendações. A entidade falava como se a língua do  médium não estivesse cortada e ainda por cima em um idioma antigo tibetano, traduzido em duas outras línguas até chegar ao inglês que era a minha língua naquele momento. Ainda com a língua jorrando bastante sangue, a entidade deu passagem a uma cerimônia de iniciação não traduzida porque ninguém sabia em que língua estava sendo falada. Segurando um facho de incensos com as duas mãos, a entidade passou o fogo rente ao meu corpo, do meu chakra coronário até os pés, sem que o fogo me queimasse. Depois, literalmente cuspiu todo o sangue sobre meu rosto e em segundos o sangue evaporou-se totalmente e eu entrei em transe, que durou até o final da cerimônia de iniciação.

Apesar da estranha língua falada, no centro do meu cérebro havia completo entendimento de tudo que era dito, como se fosse um código que só o iniciado pudesse saber. Ao terminar a cerimônia e as pessoas esvaziarem o templo, fui chamado pelo monge-xamã para uma conversa amistosa depois que lhe foi dito que eu era o único estrangeiro no local. Em um bom inglês pudemos conversar e não havia sinal algum dos cortes na língua daquele homem-santo. Falamos de muitas coisas, não tocamos no assunto da cerimônia e ele pode utilizar a vidência para me aconselhar em detalhes da minha vida, especialmente na capacidade de juntar culturas orientais a ocidentais.

Os tibetanos atribuem a uma “seleção divina” a escolha de um xamã. Nem todos os médiuns com alta capacidade de manifestação são escolhidos para a medicina xamânica, a não ser na região não tenha muita escolha e nesse caso a espiritualidade escolhe quem se aproxima do ideal e da necessidade do momento. Como não há outra maneira de se exercer a atividade xamânica sem a submissão do candidato a um processo iniciático e presencial, especialmente porque ele vai ser aquele que atende terapeuticamente à comunidade, muitos candidatos são preteridos pelas “imperfeições da psiquê”, embora manifestem habilidades mediúnicas importantes. A transmissão requer do médium certo conhecimento. Quando não há, a espiritualidade pode utilizar os canais energéticos do médium para ir mais além das habilidades do médium.

Acredita-se  que quem sofreu um trauma e não curou carrega essa memória nas reencarnações seguintes, a qual se manifesta em forma de deficiência física ou mental, dificultando as transmissões espirituais. Ainda hoje no Tibete e em muitas regiões da Sibéria e do Nepal, o xamã é o único “médico” que a comunidade conhece e respeita. Por isso que o xamã é também chamado de “homem da medicina e da cura”. É ele quem entende de plantas medicinais, das dificuldades da mente, do corpo e da alma porque o ser humano é tido como um todo inseparável, holístico, sagrado. Os conselhos de iniciação viajam no tempo e no espaço das vidas do candidato e examinam todos os aspectos do seu ser sob a ótica da missão de cura. Sabe-se que há, sempre, entre os candidatos aquelas raposas em pele de carneiro, que são excluídas. Não existem iniciações à distância. Todas exigem um ritual presencial.

Ninguém subestima a capacidade dos demônios, tão poderosos quanto os anjos do bem. A única diferença entre ambos é o destino das intenções de quem invoca. A lâmpada que ilumina também pode dar choques. Talvez seja essa a única porta-divisória. Se um demônio desiste de aliciar uma pessoa é simplesmente porque ouve a real intenção do ser eterno daquela pessoa. Para que aliciar um químico que fortemente não quer e nem tem habilidade para a química da cura? Veja meu livro “Abuso Sexual Espiritual é Real”.

Depois de selecionado e submetido ao processo iniciático, o xamã passa por um período de treinamento nos rituais da nova profissão em regime de semi ou completo internato em um mosteiro, onde ele ou ela vai primeiro curar todas as suas pendências físicas, emocionais e espirituais antes de ser iniciado e atuar na comunidade. Não se aceita um candidato a xamã pelo simples fato desse candidato ser filho de um famoso xamã. Há xamãs celibatários, mas essa escolha é pessoal. Não há distinção de gênero para candidato a xamã. Muito pelo contrário, aquele que transita seu gênero entre masculino e feminino pode alcançar mais além de quem está preso a um lado da energia. O que conta são as qualificações dentro dos padrões holísticos milenares do espírito. As genitálias não acompanham o espírito, só a força da energia do indivíduo.

Muitos dos xamãs já são escolhidos na infância. Alguns são anunciados como Jesus foi. Em outros, as habilidades se manifestam na maturidade  sexual. Há os casos de herança genética do sangue de nascimento. Isto é, a família já vem preparada desde a encarnação com uma genética específica e reencarna em família com as mesmas habilidades genéticas do sangue.

Esse mesmo processo acontece com os “demônios”. Os tibetanos acreditam que muitos demônios escolhem incorporar logo na infância do escolhido ou na puberdade por causa do desequilíbrio energético do adolescente. Muitas crianças e adolescentes adoecem e a causa das doenças é a utilização energética por espíritos e entidades que vibram no negativo. Na Inglaterra, crianças são escolhidas na tenra infância para cantar em corais. Depois da adolescência, quando a voz muda, muitos são dispensados porque a voz perdeu a tonalidade.

Alguns espíritos não se submeteram ao processo e às normas reencarnatórias  e querem “forçar” a aquisição de um corpo e assim viver na terra. Tais  manifestações mediúnicas em crianças e adolescentes são chamadas de  “doenças xamânicas” ou abdução ou obsessão.

Os xamãs noviços são submetidos aos mais variados tratamentos para que possam ser primeiro curados de todos os males naturais ou impostos por espíritos sabedores de suas habilidades mediúnicas. É preciso morrer para renascer. Um dos treinamentos psíquicos faz com que o noviço sinta mentalmente seu corpo ser retalhado em pedaços e servido a famintos demônios. Talvez haja aí uma semelhança com a Paixão de Cristo.

Outro treinamento leva o noviço a se transportar mentalmente para uma árvore que é cortada em pedaços.  A árvore é tratada com o espírito do indivíduo materializado nela, da mesma forma que alguns índios brasileiros fazem. Depois disso ele está habilitado a efetuar “vôos da alma”. Sai do corpo e visita outros mundos de forma a livrar seu próprio espírito de qualquer imposição demoníaca. Essas viagens habilitam os noviços a entrar em contato com a linguagem das cores do arco-íris ou sete raios e daí ele aprende a ler a aura a serviço da cura e do bem. Tudo isso sem complemento algum de alucinógeno, fumo, bebida ou qualquer coisa tóxica, uma vez que esses elementos levam o usuário ao mundo das suas próprias ilusões internas, indefeso e incapaz de discernir o joio do trigo, além de se expor à vulnerabilidade de domínio e possessão do seu corpo por demônios enganadores e vendedores de favores.

Acredita-se que aquele “xamã” que pratica ou aceita encomendas para a maldade seja a própria encarnação da maldade vestida em aparente pele de cordeiro. Essa visão tibetana pode ser arremessada como pré-requisito básico a todas as terapias energéticas em voga hoje no Brasil e no mundo ocidental, aí incluídas Reiki, Cura Prânica, Mãos de Luz etc., todas vindas da mesma origem e alimentadas pela mesma fonte universal.

O Espiritismo Kardecista faz as mesmas recomendações. A responsabilidade de seus praticantes e curadores é a mesma de segurar um cajado, como faziam os curadores  judaico-cristãos, desde Moisés. Também não ficam distantes desse contexto os trabalhadores da área de saúde porque na verdade estamos falando de diferentes matizes da mesma luz. Há de chegar o momento em que todos trabalhemos em parceria.

(*) José Joacir dos Santos é Psicoterapeuta, Jornalista e formando em Terapia Iniciática com o Xamã Rowland Barkey. Texto atualizado em 11/07/2020

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