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Desvio sexual. O que é?

Psicologia e Psicossomática

Por José Joacir dos Santos, psicanalista e psicoterapeuta

A sexualidade é o maior poder criativo do ser humano. Junta o instinto com a consciência. Promove o bem-estar físico, mental, emocional e espiritual. Os desvios sexuais ocorrem quando o indivíduo é reprimido em suas expressões físicas, mentais, emocionais e tem a espiritualidade como forma repressora dos seus instintos e de sua consciência. O que é desvio sexual? É o uso indevido da sexualidade: abuso, estupro, violência. E o que é uso indevido? É o uso da energia sexual para a maldade, a violência, a magia negra, a obsessão, que nada tem a ver com gênero. No Brasil, as igrejas castradoras distorcem o assunto, tentando convencer seus seguidores a direcionar a inteligência sexual contra si mesmo. E tem sucesso quando o indivíduo se deixa escravizar pelas suas ideologias que só favorecem aos que estão no poder. Após a eleição de 2018, a nação brasileira testemunhou a tentativa do governo federal em intimidar e interferir na educação sexual das pessoas.

As genitálias humanas não pensam, não têm sentimento e não diferenciam os gêneros. Estão a serviço do impulso emocional, do sentimento, da intenção mental. Não são bombas que podem explodir a qualquer momento, sem controle. Agem pelo comando mental, seja amoroso ou destrutivo. São controladas pelo corpo emocional, que é totalmente vulnerável às lavagens cerebrais intencionais de grupos, religiões e crenças familiares. A expressão cultural, em forma de arte e beleza, só eclode quando o indivíduo está desimpedido emocionalmente de expressar sua sexualidade, seja qual for a forma e o gênero. A repressão da sexualidade provoca doenças físicas, mentais e emocionais porque faz parte do sistema elétrico do ser humano. Como tudo isso está ligado ao espírito, provoca também a doença do espírito, e isso já levou muita gente a hospitais psiquiátricos indevidamente. As lideranças políticas e religiosas reprimem o sexo porque sabem que sem essa energia ativa e feliz o ser humano fica totalmente rendido e fácil de ser manipulado. Aí entram as mentiras e as lavagens ideológicas.

É a família quem se coloca a serviço dos controladores do poder para reprimir seus filhos desde a mais tenra idade e assim aparecer bem para seus dominadores. Seria uma espécie de troca de favores, em detrimento da felicidade dos filhos. Quando houve a revolução comunista na Rússia e na China,  jovens eram aliciados pelos líderes políticos para dedurar seus pais — se eles transgredissem as normas do poder estabelecido. Os crimes sexuais, como a pedofilia, são o resultado da repressão do sistema de poder prevalecente em qualquer país. Um dos países onde mais estupro ocorre é a Índia, onde o cruel sistema de casta divide as pessoas por suas posses e ancestralidade. Sexo é reprimido de todas as formas e está vinculado, naquele país, ao casamento arranjado, onde as pessoas se conhecem no dia do casamento. Onde quer que haja repressão, é claramente uma decisão política. Quando eu morei na Índia e vi, longe de qualquer influência, a estrutura das castas, cuidadosamente mantida pelos políticos, seitas e religiões, inclusive o comércio do casamento arranjado, passei a questionar qualquer técnica indiana atual de iluminação. Como você pode se iluminar com o sofrimento coletivo?

Os líderes e sistemas políticos dão carta branca para aqueles que esperam todas as possibilidades de usar o poder para o auto favorecimento, nem que isso seja a criminalidade. Quanto mais educada e livre for a sociedade, menor será o nível de criminalidade. Quando mais felizes as pessoas forem para expressar sua sexualidade, mais progresso, paz, respeito e tranquilidade a sociedade vai desfrutar. Onde há crimes sexuais, como o estupro, é sinal de alarme das mazelas das lideranças políticas. Nos séculos passados, enquanto a igreja católica reprimia a sexualidade e interferia na vida íntima das pessoas, inclusive no Brasil, propiciou o aparecimento do desrespeito, da intolerância e dos crimes sexuais dentro da própria igreja. Para sofisticar esse sofrimento, a igreja apontou o dedo e demonizou a homossexualidade para esconder suas próprias masmorras. O pano de fundo da escravidão era o comércio sexual das pessoas.

A igreja católica criminalizou a homossexualidade para poder doutrinar as consciências e tomar o poder, não só nos domínios de Roma, mas em países onde a sexualidade era livre e harmônica por séculos seguidos, como na Grécia e Índia. A rainha Vitória, da Inglaterra, teve filhos com muitos homens, até com seguranças escravizados e mesmo assim reprimiu as manifestações da sexualidade, tradicionalmente milenares na Índia. A história de Roma e dos romanos, tem altos e baixos dos dois lados do uso da energia sexual: o positivo e o negativo. No positivo, a tradição cultural daquela parte da Itália era muito parecida com a de países vizinhos com a Grécia, onde a iniciação sexual era sempre entre homens. Eles se casavam com mulheres, mas podiam manter seus amantes, dentro de casa. No continente hindu, onde hoje está a Índia, essa cultura também existia.

Com a ascensão do cristianismo, os imperadores romanos publicaram leis segundo as quais o cidadão romano poderia fazer sexo com outro homem, desde que não fosse um cidadão romano. Os senadores não respeitavam muito aquelas normas. Eles adoravam escolher os melhores gladiadores para a festa  na cama, mesmo aqueles casados. Os soldados romanos, ocupados com a manutenção da ocupação militar do império em várias partes do mundo, também ignoravam aquelas normas. Muitos deles preferiam manter escravos sexuais entre os prisioneiros de guerra, todos homens. Paulo, o apóstolo conhecia muito bem  o comércio sexual dos soldados romanos. Ironicamente, ele foi um dos responsáveis pela criminalização da homossexualidade na igreja de Roma. Na Itália como um todo e na Roma política, antes, durante e depois do cristianismo, o sexo sempre foi a moeda de troca, até entre famílias nobres. Soldados romanos traziam escravas sexuais de todas as províncias dominadas, escolhidos entre os militares derrotados. O cristianismo se aproveitou dos inúmeros assassinatos entre famílias, contra imperadores e gente da realeza para implantar suas idéias de culpa e pecado. Nos dias atuais, no Brasil, as igrejas cristãs quase vazias, quem tomou o controle da repressão foram os evangélicos, embora já tenham feito isso em muitos outros países, inclusive sobre o patrocínio de reis desequilibrados como Henrique VIII, da Inglaterra.

A demonstração de poder, seja qual for, é uma tentativa do indivíduo de desviar a atenção dos seus conflitos sexuais internos. É isso que ocorre com o indivíduo homofóbico. Ele agride, escolhe suas vítimas entre os mais medrosos e fragilizados para torturar e assim parecer que é superior em todos os sentidos da vida, quando, na verdade, está escondendo as suas inquietudes mais obscuras. Por trás de todo homofóbico há um desequilibrado sexual que tenta se esconder. É também uma forma de atingir o domínio sobre os indivíduos vinculados. Quem empodera o homofóbico, o racista, o criminoso, é quem está no poder político.

Quando a religião usa deus para reprimir a energia sexual é porque é destituída de qualquer argumento espiritual de qualidade e boa procedência. Perdeu a noção do que é sagrado. Conhece as fragilidades humanas e sabe que a sexualidade é um alvo fácil e incontestável. Conhece o teor e o medo a deus que implantou ao longo dos séculos. Sabe muito bem usar as lavagens cerebrais que priorizam o temor a deus. Sabe que o instinto sexual que o universo acoplou ao sistema físico humano é um caminho libertador que está acima da necessidade de reprodução e procriação.

Ao venderem a falsa afirmação de que são representantes de deus na terra, os líderes religiosos se apoderam da fragilidade e do medo em nome de deus, incorporado na humanidade pelo sofrimento em busca da sobrevivência. Quando algo sai errado, o indivíduo imediatamente culpa a deus, especialmente se for uma pessoa carente e fragilizada emocionalmente. Essa é uma estratégia de guerra: quando o inimigo se mostra fragilizado, com medo, temeroso, é hora de atacar para vencer a batalha. Assim, a religião ameaça com deus para reprimir e manter o fiel debaixo de suas inúmeras formas de poder, fazendo o indivíduo acreditar que é o poder de deus que o castiga e esse deus é cruel, implacável, incapaz de perdoar um só item da lista de pecado das igrejas.

Na Alemanha nazista houve momentos em que os soldados agiam por sua própria conta, empoderados pelo ódio e pelos discursos de seus líderes, fazendo suas próprias traduções do que achavam que tinham compreendido e isso resultou em milhares de assassinatos. No Brasil do presidente Bolsonaro acontece algo parecido. Empoderados pelos discursos inflamados do presidente, indivíduos desequilibrados, mal-intencionados e até deturpadores do que escutaram, passaram a agir por conta própria em nome do líder. Cito em um dos meus livros um fato que ocorreu na China durante a revolução comunista. Isso ocorre e já ocorreu em muitas partes do mundo, onde o padrão e a frequência energética do líder são traduzidos pelo público pouco esclarecido ou destituído de consciência como poder coletivo. Ele faz e eu replico. Se ele pode, eu posso.

Um dos piores exemplos dessa paralização cerebral, quase que um estado de letargia, aconteceu na revolução comunista na China. Um soldado ligou para o quartel general de outra província para se queixar com o chefe que a comunidade em que estava se recusava a se converter ao comunismo. Irritado, o líder do outro lado da linha disse: mate todos e faça uma sopa. O soldado não só ordenou a morte de todas as pessoas daquela comunidade como fez seus subordinados catar todas as panelas grandes e fazer sopa dos corpos. Havia, também, na região escassez de comida. E o soldado ainda teve a capacidade de registrar tudo no livro de campanha de sua guarnição militar.

A energia sexual foi acoplada no corpo físico do ser humano para facilitar o processo de criatividade e sobrevivência. Quando o ser humano se desequilibra, passa a agredir a si mesmo ou a quem estiver ao seu redor. Quando isso acontece, o indivíduo está literalmente utilizando o potencial dessa energia do lado negativo.  E isso pode ser muito destruidor porque a energia sexual não faz julgamento do seu uso. É como um carro que vai para onde o motorista decidir. Por isso, a tentativa de vincular a sexualidade a deus e criminalizar o gênero, pelo pecado ou pela aparência física, é um triunfo da ignorância. O maior mestre de todos os tempos, Jesus, jamais mencionou a sexualidade e nem discriminou ninguém com base nas genitálias.

A herança cultural de vinculação das genitálias a deus está camuflada na necessidade dos antigos líderes de procriar para ter homens fortes para a guerra e com isso garantir o poder. Enquanto a encenação do ódio e do castigo é mantida nos templos, os jornais brasileiros e do mundo mostram escândalos dentro das seitas e religiões com lavagem de dinheiro, corrupção, venda mentirosa da salvação e até envolvimento com o tráfico de drogas e armas. Tomara que um dia o povo descubra o quanto é usado em nome de deus e que deus jamais necessitou de intermediário para suas conexões.

Sempre é bom lembrar que os índios brasileiros receberam os colonizadores europeus despidos porque não havia os castigos de deus em sua cultura. 23/08/2020

Existe índio gay? Evangélicos ensinam preconceitos na Amazônia

Psicologia e Psicossomática

Os jovens indígenas querem incluir o debate LGBT em sua luta

Grupo para discutir sexualidade fez parte de encontro de estudantes universitários indígenas

Igrejas evangélicas ensinam preconceitos (especialmente homofobia) aos índios amazônicos.

Por Sofia Amaral (Agência Pública)

O tema chamou atenção pela novidade: pela primeira vez a juventude indígena inclui um grupo de discussão sobre gênero e homossexualidade em um Encontro Nacional de Estudantes Indígenas (Enei). Essa foi a quinta edição do encontro, realizado em setembro de 2017 em Salvador, Bahia. Durante cinco dias, universitários indígenas de todo o país se reuniram no Museu de Ciência e Tecnologia da Uneb – debateram com acadêmicos, lideranças indígenas e grupos de discussão pautas tradicionais do movimento indígena – como a demarcação de terras e autonomia – e assuntos mais diretamente ligados à vivência da juventude: políticas de educação, racismo, compromisso em contribuir com o movimento após o término da universidade e a questão LGBT.

“A gente teve a primeira conversa num seminário da juventude indígena no Maranhão, no início de 2017. Lá eu puxei essa pauta, por preocupação mesmo, porque no nosso Estado [Mato Grosso] a gente tem vários indígenas LGBTs e essa pauta não é falada. Eu puxei justamente para aqueles indígenas que estavam ali ajudarem a gente a pensar: ‘Por que falar desse tema? É necessário? É interessante?’. Quando teve o Enei na Bahia, por incrível que pareça, os organizadores do encontro colocaram um minicurso sobre esse tema”, conta Tipuici Manoki, recém-formada em ciências sociais pela UFMT, militante do movimento indígena e uma das lideranças do incipiente movimento LGBT indígena.

Na sala do minicurso, como foi chamado pelos organizadores, jovens indígenas compartilharam relatos e dúvidas. “Foi bem bom. Tinha professores, tinha lideranças participando. E os professores indígenas se mostraram bastante preocupados com essa pauta porque eles acham necessário falar sobre isso nas escolas indígenas. Eles se preocupam com isso porque… existe, né? Existem LGBTs indígenas”, diz Tipuici.

A conversa rendeu frutos, como conta Erisvan Bone, jornalista formado há dois anos pela UFMA: “A partir daí teve a ideia de a gente criar um grupo de LGBTs no Facebook pra discutir e pra levantar essa bandeira dentro das terras indígenas, pra que eles possam conhecer e respeitar os LGBTs. Porque alguns sofrem discriminação dentro de suas terras. Então é uma coisa que ainda tá criando asas, mas que a gente está querendo fortalecer. A gente está querendo conversar com as organizações de base que nós temos, que são a Coiab e a Apib, pra que elas possam levantar essa bandeira e possam discutir essa temática dentro dos nossos encontros, pra abrir um pouco a mente dos parentes”.

Existe índio gay?

Na opinião do antropólogo e professor da Universidade Federal de Rondônia Estevão Fernandes, autor do livro Existe índio gay? — A colonização das sexualidades indígenas no Brasil, o movimento indígena brasileiro “ainda é um pouco refratário a essa temática”. Segundo Fernandes, isso ocorre porque o movimento “é muito pautado ainda por questões dos anos 70 e 80: meio ambiente, demarcação”. Há “pouco espaço para pautar demandas como juventude, sexualidade. Ainda tem um pouco essa coisa de ‘não vamos prestar atenção nisso porque temos coisas mais importantes para pensar’”, opina o professor.

Uma percepção semelhante à do jovem Erisvan: “Quando a Tipuici tentou levantar isso em São Luís, a gente percebeu que algumas pessoas não gostaram do fato de ela falar como LGBT indígena”. Mesmo entre as lideranças há resistência, comenta a própria Tipuici: “Nós temos lideranças jovens no movimento nacional, no movimento estadual, que são LGBTs e que não falam do assunto. Têm medo, né? E eles estão corretos, porque eu creio que não vai ser aplaudido. O povo ainda é muito fechado. É um tabu dentro do movimento indígena”.

A questão foi pouquíssimo tratada também na área de pesquisa acadêmica, diz o antropólogo Estevão Fernandes: “Eu vi que fora do Brasil havia bastante pesquisa sobre LGBTs indígenas e aqui não havia. Então a minha pesquisa começou com esta questão: por que aqui não tem? Se fora do Brasil a questão de gênero e sexualidade é tão frequente nos movimentos indígenas, por que aqui ninguém pauta isso? Então acabou sendo um pouco a etnografia da ausência. O também antropólogo e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina Diógenes Cariaga complementa: “O que a gente não pode deixar de colocar em evidência é que todos os registros, tanto históricos quanto etnográficos [da sexualidade indígena], quanto o próprio registro da história da sexualidade em geral, são pautados por um discurso conservador da moralidade católica. Isso não é uma questão só que envolve a homossexualidade indígena; a história da homossexualidade é completamente construída sob um discurso que repreende, que nega”.

“O primeiro caso de homofobia que aconteceu no Brasil foi com um indígena tupinambá do Maranhão”, conta Tipuici. “Ele foi colocado na bucha de canhão e foi estraçalhado. A Igreja usou ele como exemplo pra que não existisse mais relação homoafetiva dentro da comunidade. Então a gente sabe que isso não é de agora: a proibição veio de fora – mas a prática é de dentro”.

Os jovens indígenas querem incluir o debate LGBT em sua luta

Segundo Fernandes “os relatos de matança de indígenas LGBT, como a gente chamaria hoje, ou homodesejantes, ou qualquer coisa que a gente chame no nosso léxico, são muito antigos. Era praxe, assim como era praxe estuprar uma indígena para tomá-la como escrava. A colonização necessariamente domina cada pedacinho da vida do colonizado, inclusive essa parte mais afetiva”.

Transposição de conceitos

Outro fator complica a pesquisa acadêmica na área: transpor os conceitos das teorias de gênero e sexualidade utilizadas no mundo não indígena pode levar a erros graves de interpretação, como explica Cariaga: “Quando se fala das práticas sexuais indígenas, nomeá-las enquanto homossexuais ou homoafetivas às vezes nem faz sentido, porque o contexto da prática ou a moralidade do grupo é completamente diferente da nossa. Em alguns casos, não faz parte do registro da sexualidade, da vida comum, essa ordem do discurso que nós temos, do tipo ‘duas pessoas do mesmo sexo fazendo carinho logo são homossexuais’. São dois modos de pensar o mundo muito diferentes. O próprio corpo nu. Quem impôs a cobertura do corpo dos índios foi o contato. Mais do que uma moralidade heteronormativa, a primeira forma de normatização desses corpos indígenas foi colocar roupa, introjetar uma noção de pudor, de vergonha”, diz o antropólogo.

Lavagem celebral das igrejas evangélicas homofóbicas

Nos dias atuais, a entrada massiva das religiões evangélicas nas aldeias também traz mais uma dificuldade para os indígenas que fogem do padrão heteronormativo. “Os neopentecostais causaram um êxodo tremendo de indígenas LGBT porque, mais que a Igreja Católica inclusive, eles têm ensinado aos indígenas como ter preconceito”, afirma Fernandes.

A homofobia presente na sociedade brasileira é outra dificuldade, como diz o jovem Erisvan. “A gente já sofre preconceito por ser indígena, já sofre o racismo, né? Então você ser indígena e ser um LGBT é sofrer um preconceito duplo.”Essas dificuldades não desanimam o grupo criado a partir do encontro no Enei. “A gente não quer se colocar nas caixinhas; por enquanto a gente está apenas falando de LGBTs indígenas, não é nem um movimento ainda. A gente ainda precisa discutir. Mas é necessário. Apesar de ser uma pauta que ainda está começando, a gente pretende ampliá-la para o movimento indígena”, diz Tipuici.

Erisvan fala dos próximos passos a serem dados pelo grupo: “Esse ano a gente pretende trazer esse tema no Acampamento Terra Livre, que é o maior evento que reúne os indígenas, pra ver qual vai ser a reação dos parentes. E a partir daí a gente vai começar a trabalhar mais a fundo. A gente está disposto a conversar numa boa, tentar explicar aos parentes que quiserem ouvir e compreender que nós temos LGBTs indígenas, sim, e que tem muitos que não se assumiram ainda, que estão guardando pra si e estão se sentindo muito mal. Eu acho que a galera precisa entender que toda forma de amar é possível e que os parentes precisam ser respeitados.”

O depoimento de Erisvan Bone, 28 anos, jornalista, indígena Guajajara

“A gente já sofre preconceito por ser indígena, já sofre o racismo, né? Então você ser indígena e ser um LGBT é sofrer um preconceito duplo”, diz Erisvan Bone.

“A gente já sofre preconceito por ser indígena, já sofre o racismo, né? Então você ser indígena e ser um LGBT é sofrer um preconceito duplo”, diz Erisvan Bone.

Dentro do meu povo, quando surgiram os primeiros LGBTS, eles estranhavam, não aceitavam muito. A aceitação dentro da própria aldeia foi com o tempo; as pessoas foram compreendendo que a pessoa gostava de outra pessoa do mesmo sexo, mas não foi da noite pro dia; foi um período longo. Hoje já é bem aceito, os LGBTs são bem respeitados, inclusive na minha aldeia, quando tem rituais do nosso povo, quem anima mais mesmo são os LGBTs. São eles que cantam, que dançam, eles vêm de saia, vêm montados, animam a noite toda… Então hoje os caciques mandam buscar esses indígenas que sabem animar.

Pra mim foi um processo meio complicado. Desde criança eu já sabia da minha orientação, só que sempre vem aquele receio da família. Eu me relacionava com outras pessoas escondido, ficava com medo de alguém saber, mas, quando eu tive que sair da aldeia pra estudar fora, minha mente foi abrindo um pouco mais e eu fui criando um pouco mais de coragem. Ouvi relatos de outras pessoas, relatos de amigos… E a partir daí decidi “sair do armário”, como o povo fala, né? Mas ainda com medo da aceitação da minha família, dos amigos, dos parentes. Tanto que eu me assumi mesmo pra minha família tem só sete meses. Ontem fez sete meses que estou namorando, e esse namoro foi o primeiro que eu assumi pra minha família e pra todo mundo, porque eu coloquei o status de “relacionamento sério”com ele no Facebook. Então causou aquele impacto, né?

Já levei ele na aldeia uma vez e foi muito bem recebido por todos, foi muito bom, muito gratificante, mas mesmo assim ainda tenho um receio. Não sei o que eles pensam, tem alguns que ainda olham meio torto… Mas a cada dia que passa a gente vê que a situação tá melhorando mais.

O depoimento de Tipuici Manoki, 30 anos, cientista social, povo Manoki

Tipuici Manoki, recém-formada em ciências sociais pela UFMT, é militante do movimento indígena e uma das lideranças do incipiente movimento LGBT indígena

Tipuici Manoki, recém-formada em ciências sociais pela UFMT, é militante do movimento indígena e uma das lideranças do incipiente movimento LGBT indígena Andre Oliveira Agência Pública

Aqui dentro da aldeia não tem pessoas assumidas. Embora eu milite pela causa, aqui na minha comunidade eu não falei sobre esse assunto ainda. Mas alguns jovens já conhecem essa pauta. Então por isso a nossa preocupação: como trazer pra dentro da comunidade? Porque os nossos mais velhos foram criados na missão [jesuíta] por padres, então é tudo muito proibido. Não era; mas se tornou depois que veio essa religião pra dentro da nossa comunidade.

Eu sempre soube [que era uma pessoa LGBT]. Mas depois que eu cheguei na idade de 14 anos, que você começa a descobrir os amores da vida, aí eu passei a me entender melhor. Eu não sei, talvez a gente nasça assim… não tem explicação, sabe? Mas pra assumir mesmo aqui na aldeia é complicado. A parte de ter que falar sobre isso… essa parte que é complicada. Ser, não.

Aqui na aldeia as pessoas mais próximas, que são meus primos, são as pessoas que sabem da minha orientação; mas no todo, na comunidade, acho que as pessoas sabem, mas não falam no assunto. E eu também não falo. Eu não me sinto obrigada a falar. Nunca um irmão ou irmã hetero chegou pra minha família e disse “ai, mãe, sou hetero”. E eu também não me sinto obrigada a fazer isso, não.

Eu acho que o motivo pra gente falar sobre esse assunto é porque nós existimos, nós estamos aqui! E às vezes nós somos invisibilizados pelo que nós somos. E nós também fazemos parte do movimento nacional, então por isso temos que falar disso

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Esta reportagem faz parte do Especial Amazônia Resiste, da Agência Pública. Acompanhe a série e leia mais reportagens em apublica.org/amazonia-resiste. Matéria publicada pelo jornal espanhol El Pais.

Masturbação e pornografia – dependência e cura sem a igreja

Psicologia e Psicossomática

Por José Joacir dos Santos

Membros da Igreja Católica tentam usar a ideologia católica do pecado para falar sobre masturbação e vício do uso da pornografia. Isso seria louvável se as referências não fossem equivocadas, inclusive a noção do pecado, que só se aplica a católicos cegos de coração. Quem não sabe ainda que a versão e a visão do pecado católico, assim como o pecado evangélico, tem muito a ver com culpa, o ódio, e o pensamento ortodoxo judeu daqueles que viviam na “terra prometida?” na época do êxodo judeu do Egito? Sim, os judeus que viviam no Egito correram atrás de Moisés achando que viveriam na Terra Prometida, isto é, o paraiso, sem a escravidão implantada pelos egípcios mas quando chegaram lá é que a ficha caiu. Com toda escravidão, a vida no Egito dos faraós era mais democrática e livre que a vida nos povoados judeus ortodoxos das novas terras — tudo era pecado! E também descobriram que Moisés era um ditador absoluto. As práticas religiosas, qualquer uma, eram livres no Egito dos faraós e delas faziam parte os judeus.

A principal fonte de inspiração dos padres católicas para tentar falar de emoção sem compreender nada de psicologia é o famoso Santo Agostinho. Um ideólogo cristão, homossexual, que em seus delírios de culta sobre sua homossexualidade, criou o pecado que a Igreja usa até hoje. Ele pregava o cristianismo e dormia com seus escravos homens, onde o sexo era a fonte de refúgio. Só largou essa vida por conveniência, quando o cenário da igreja católica da época se apresentou mais conveniente. A igreja o tornou santo porque ele era intelectual e manipulador, capaz de convencer a maioria dos padres e senhores da igreja, preguiçosos, interesseiros e confortáveis demais nos palácios da igreja. Sem contar que alguns deles se refugiavam na Igreja pelo dinheiro, para esconder a homossexualidade e para fugir de problemas familiares. Ainda hoje a Igreja Católica luta para combater a pedofelia e não consegue. Isso faz com que a população ignorante vincule a pedofilia à homessosexualidade, o que é absolutamente falso. Esse pecado não está, em nenhum momento, nos pronunciamentos de Jesus, registrados por outras pessoas de sua época. Jesus jamais pronunciou-se sobre sexualidade, muito menos sobre homossexualidade, pedofilia e virgindade. A homossexualidade era uma prática comum entre judeus de sua época e ainda o é entre os homens de todo o Oriente Médio os dias de hoje. É só fazer uma breve viagem aos países muçulmanos para constatar. Entre os não-mulçumanos também a prática é visível porque é uma questão cultural daquela região e não uma questão religiosa.

A partir de documentos históricos da Rota da Seda é possível comprovar que a homossexualidade, a liberdade sexual ou a escravidão sexual, de homens e mulheres, era uma prática, desde o Himalaya até os paises europeus, passando por todo o Oriente Médio. A Índia, até os dias atuais, é um celeiro de homossexualide, de casamentos arranjados, de estupros coletivos e não há novidade alguma nisso. Nos livros históricos indianos é  isso o que está lá. Nas ruas de Nova Delhi, o olhar homossexual até entre homens casados (que casam para se esconder atrás de uma mulher e para manter os casamentos arranjados) é visível, ostensível, ignorado pelas autoridades que vivem em palácios cheios de escravos econômicos. As leis existem, contra a igualdade sexual porque é conveniente para a Índia manter as castas – um celeiro de escravidão.

Na Arábia Saudita, onde sexo é crime, tudo é proibido no meio da rua e em lugares públicos. Dentro dos palácios, trabalhadores asiáticos são usados sexualmente, tanto homens como mulheres, e muitos são mortos para ocultar e salvar a vida de patrões e de seus filhos homens. A lei religiosa só pune as vítimas, não os patrões. Outro país a lei é uma coisa e na prática a vida é outra é a Indonésia. Atualmente, o governo daquele país persegue guys nas ruas, até turistas.

O MAL GERA TRISTEZA, MELANCOLIA – O QUE É O MAL?

Sim, o mal gera tristeza e a pornografia é um mal que deve ser combatido pelas autoridades de qualquer país. Mas, a pornografia é também uma desculpa para a punição religiosa fundamentalista. No Irã e outros países islâmicos, as mulheres são punidas se mostrarem o pescoço ou os joelhos. Enquanto isso, o homem pode fazer o que desejar e o fazem entre as quatro paredes de qualquer lugar, sem punição alguma, inclusive as práticas homossexuais mais sádicas. A pornografia infantil é um mal e esse é uma assunto policial, não religioso.

É verdadeiro que o ser humano foi feito para amar mas as igrejas, tanto católica quanto evangélica, nem sabem e nem praticam isso.  Ambas as igrejas dizem que o ser humano tem que se dedicar a Deus, apensar de Jesus ter dito “amaivos uns aos outros”. E nessa frase não há quem diga que quer dizer homem amar mulher. Há inúmeras e heróicas mulheres servindo as igrejas e são discriminadas e diminuídas em suas capacidades de servir a Deus.

O PECADO ORIGINAL SÓ SERIU A SANTO AGOSTINHO

A criação do famoso “pecado original” é de Santo Agostinho e dá muito bem para entender. A origem estava nele mesmo, não em Deus e muito menos tem a ver com Jesus. Os judeus ortodoxos, desde Moisés, também pensam como Agostinho. Eles são tristes, fechados, tratam as mulheres como objeto, são os principais atiçadores da guerra contra palestinos. Muitos casam e fazem as mulheres escravas. Elas trabalham e eles estudam Deus, sem nunca concluem seus estudos, isto é, é uma desculpa farrapada para viver às custas de suas mulheres. O espírito de Santo Agostinho deve estar, ainda hoje, penando, mesmo sendo considerado santo pela Igreja Católica, porque o mal que ele causou com idéias doentias fez muita gente sofrer dentro da própria igreja.

A Igreja Católica insiste que o “homem” tem que morrer para renascer e explicação é: o “homem” tem que largar tudo para servir a Deus e esse largar tudo inclui principalmente a sexualidade. A igreja nunca falam em mulheres, apesar da história de Maria Madalena, mais próxima de Jesus que todos os outros apóstolos, sem contar as outras mulheres que seguiam Jesus. Esse pensamento contradiz os ensinamentos de Moisés, já que eles insistem nos ensinamentos do Antigo Testamento – crescei e multiplicai. Moisés estava preocupado com uma coisa: as guerras e a ocupação das terras de Israel. Essa era a função de ter muitos filhos — e o Reik David, que era gay, sabia disso. A vida de padre que reprime sua sexualidade é um cemitério que nada produz nem multiplica. Cemitérios são um fim em si mesmos.

DEUS BRANCO, LOIRO, EUROPEU OU NORTE-AMERICANO

Deus não é homem, nem loiro, nem branco, nem norte-americano. Agreja Católica ignora todas as culturas do Planeta, como as orientais. Eles acabaram com a cultura européia e tentam até hoje acabar com a africana. Não acabaram com a oriental, apensar da Rainha Vitória, da Ingleterra, ter tentado ao introduzir a religião evangélica, castradora do mesmo jeito, na Índia. Esse Deus branco, romano ou norte-americano carrega um revolver nas mãos, racista, cheio de ódio, e acredita na supremacia da raça branca. A “morte do homem velho” é uma receita para o sacrifício individual, a morte do ser humano que nasceu para desenvolver a luz e o amor dentro de si mesmo – e isso nada tem a ver com sexualidade ou gênero.

O sexo e o gênero morrem com a segunda morte física, isto é, a morte do perespírito – depois da morte física. Quando o ser está para renascer ou reencarnar, o gênero pode mudar de acordo com a necessidade da própria evolução espiritual – sexualidade e genitárias ou a falta delas só tem a ver com o corpo físico, não com o espírito. As genitálias são ferramentas físicas para a perpetuação da raça humana e nada tem a ver com Deus em cultura nenhuma, só na Igreja Católica e entre evangélicos vítimas de bíblias censuradas ou mal traduzidas até nos dias de hoje.

PORNOGRAFIA É CRIME COMUM

A pornografia tem efeitos emocionais profundos e devastadores e hoje em dia está muito ligada aos crimes da internet, apesar de crianças ainda serem vendidas na Índia, Nepal, Paquistão, na maioria dos países asiáticos e até entre os países islâmicos. Crianças são obrigadas a casar para manter o interesse financeiro e religiosos de família em toda a Ásia. A pornografia infantil deve ser combatida pelas polícias, mesmo dentro das igrejas. O mais odioso grupo que usa o islamismo como bandeira para suas atrocidades sequesta jovens adolescentes na África, na Síria e em outros países e regiões somente para uma coisa: sexo sem amor, forçado, violento. Matam homossexuais da mesma forma que o irmão de Jesus, James, foi morto: jogaram ele de cima do mais alto prédio de Jerusalém, mesmo sabendo que era irmão de Jesus e estava lutando para manter os ensinamentos amorosos de Jesus. Essa crueldade foi banal nas cruzadas católicas, no Império Mongol, no Império Otomano, nos gurus indianos como Osho. É uma célula podre do DNA humano difícil de ser extirpada. O que dizer das cessões de tortura patrocinadas por igrejas evangélicas nos Estados Unidos? Que rumo cruel tomou o cristianismo?

VAMPIRISMO

A masturbação excessiva e doentia, assim como a pornografia ligada ao exesso devem ser tratados com as novas técnicas contra o vampirismo, que é a nova modalidade de intervenção espiritual utilizada por nossos irmãos perdidos e aderentes da escuridão, do ódio, da escravidão e do crime praticado na invisibilidade de outras dimensões do mundo físico. O vampirismo sempre existiu. O que ocorre hoje em dia é que a população que vive no outro lado da luz está mais sofisticada e dependente dos prazeres da carne, como o usa de drogas aliado à prática sexual distorcida, violenta, abusiva, invasiva, sem amor, solitária e triste. Muitas vezes essa prática é alimentada pela castração espiritual violenta administrada pelas igrejas católica e evangélica nos dias de hoje. Por que os lindos templos católicos estão vazios de fiéis e por que será que a população evangélica hoje é tida como de pouca capacidade intelectual e de aprisionamento por lavagem cerebral pelo medo de Deus? – mas encorajada a doar todos os bens físicos que os pastores levam para o estrangeiro e paraísos fiscais em seus próprios nomes?

NEGOCIADORES DE DEUS – lobos em pele de carneiro

Os negociadores de Deus não tem escrúplos. Muitos deles, vestidos de padres e de pastores, invadem o campo da psicologia sem ter o menor preparo acadêmico. Eles tentam desviar para um deus que eles criaram todas as questões emocionais do ser humano, especialmente aquelas que envolvem sexo, sexualidade e gênero. Negam a sexualidade como maneira de implementar o medo nas pessoas fracas, desiludidas, dependentes emocionais de problemas familiares simples e usam a Bíblia como metralhadora, tendo como base traduções mal feitas, erradas, desproporcionais, fora do tempo, apressadas e por pessoas que nunca viveram naquela região do mundo. Sem contar a censura propositada, com o objetivo de levar as “ovelhas” perdidas para as suas contas bancárias. Deus é desenhado como se fosse um soldado nazista – cruel e armado.

A cura da dependência da masturbação excessiva, especialmente em adolescentes ou em homens desiludidos com suas parcerias sexuais, como é o caso daqueles que casam e depois decobrem que são homossexuais enrustidos, tem cura com terapia, Reiki, florais etc.

SANTIDADE TEM A VER COM O CORAÇÃO, NÃO COM AS GENITÁLIAS

Aquela retórica desenvolvida pela Igreja Católica sobre santidade é equivoda e velha demais. Deve ser arquivada. Santidade tem a ver com os ensinamentos de Jesus, que apontava em seus discursos para uma região física – o coração – na qual ele diz que é preciso ter pureza – a pureza da alma. Não se pode comparar o vício da masturbação com o vício de drogas = uma coisa é como água e a outra como se fosse vinho. A origem líquida é a mesma mas a química de uma não reconhece a outra.

A dependência emocional tanto da masturbação excessiva quando do uso da pornografia na sexualidade têm cura – e é até simples. Aqui estamos falando daquelas pessoas que se alimentam de filmes pornográficos e se isolam do mundo ou criam ambientes desequilibrados onde o sexo é algo destruidor, de posse, poder, desejo desenfreado, vampirismo coletivo. Nada tem a ver com os “castigos de deus”, nem com “pecado”. A versão de pecado, tanto evangélica quanto católica, está velha e desatualizada. Pecado é roubar, matar, corromper, usar o nome de deus para anular pessoas, amedrontá-las, fazer com que elas se sintam as piores pessoas do mundo como a maioria das igrejas cristãs fazem hoje.

MASTURBAÇÃO É BOM PARA A PRÓSTATA

A masturbação moderada é excelente para a circulação sanguínea e previne as doenças da próstata – e qualquer médico recém-formado sabe disso. Só não sabe aqueles padres que tiveram uma formação teológica pobre, desatualizada, baseada em Santo Agostinho e outros gays/héteros da igreja que contribuíram para o massacre emocional e espiritual de muitos gays e héteros sadios.

Tenho visto nos meus cursos de Reiki alunos meus — gays e héteros — receberem a energia luminosa e cheia de cura do Divino Espírito Santo sem questionamentos sobre o gênero, a sexualidade ou a religião que praticam. Quem está desatualizada é a igreja, tanto católica quanto evangélica. E os senhores do Karma não tiram os olhos deles.

 

Precisa-se de monges

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Por José Joacir dos Santos

mongeA única maneira de não perder o equilíbrio com a convivência entre as pessoas é se isolar em uma montanha como faziam os monges tibetanos e ainda o fazem algumas ordens religiosas católicas. Qual o benefício do isolamento? Os monges tibetanos deixaram de fazer isso, há muito tempo, com exceções, porque perceberam que só se beneficia com o isolamento, parcialmente, a própria pessoa e isso não faz muito sentido já que o nosso compromisso é com a humanidade. Qual é o mais importante: rezar pela humanidade em casa ou sair pelas ruas querendo evangelizar as pessoas à força ou com chantagens em nome de Jesus? Será que os exércitos das cruzadas não foram suficientes?

Cada indivíduo tem responsabilidade sobre a humanidade inteira e sobre os coletivos cármicos. Quem nasce no Brasil, por exemplo, é co-responsável pela violência atual. Outro aspecto questionado pelos monges mais abertos é: o isolamento nesta vida atrasa todo o processo de evolução espiritual das vidas futuras. A conclusão é a de que o mundo necessita, hoje, com urgência, é de monges nas ruas – e o Papa Francisco concorda, mas a hierarquida da igreja tenta puxar para trás.

O processo evolutivo individual é de extrema importância mas perde a relevância quando não beneficia o coletivo humano, já que o Planeta necessita de todos para o fortalecimento dos pilares de luz que sustentam a Terra. Então, é necessário conviver com as pessoas para que o coletivo se ilumine e contribua para a ascenção do Planeta Terra. Cada pessoa que comete assassinato ou se suicida é uma trava que é erguida do progresso de toda a humanidade.

A atual violência cometida por extremistas religiosos, gangues, assaltantes, narcotraficantes, em atos que fogem ao conceito de humanidade, não beneficia nem a eles nem à religião que leva a culpa. Todos os seres espirituais atrelados a esse movimento estão sendo empurrados para a escuridão dos mundos inferiores, os quais a luz não tem acesso. Por isso, é urgente que todas as pessoas que trabalham com a luz renovem seus esforços diários nas orações e na prática da bondade, inclusive emitindo pensamentos otimistas e felizes.

Quanto mais a gente se trabalha emocionalmente mas tem o que ser trabalhado. Não existe o estado de aposentadoria porque a emoção está interligada com o estado espiritual e ambos atuam no corpo físico – o espírito também não se aposenta. Não me surpreende quando alguém diz que ¨quanto mais rezo mais assombração aparece¨. Não nos libramos fácilmente da interdepêndencia humana. O isolamento pode pior tudo.

Mesmo querendo, não conseguirmos nos isolar mentalmente. Há quem tenha dificuldade de entender como o pensamento negativo de alguém que cruzou nosso caminho em algum momento desta vida possa ficar enganchado no nosso corpo energético, atrapalhar o corpo emocional e acabar se psicossomatizando no corpo físico sem que a gente se dê conta que a pessoa existiu. Esses enganchamentos são tão sutis e impercebíveis que podem levar anos para se manifestar e serem notados. A pior momento dessas energías presas é quando se materializam na forma de doenças físicas e mentais.

Pense agora no lixo energético que se acumula em ambientes de trabalho onde o ego das pessoas é a chave de motivação das vidas delas ou em uma família desencontrada que vive brigando. E o que acontecerá com as relações afetivas que se desenlaçam da pior maneira, com agressões verbais e até físicas e que podem evoluir para mortes? Um simples desentendimento em uma loja, na rua, pode ficar conosco para sempre. E a contaminação dessas pessoas que participam de manifestações?

Jamais poderia imaginar que a energía de um assaltante pudesse ficar presa na vítima ou ainda a de alguém que lhe detesta sem que você sequer tenha conhecimento! Tudo isso faz com que as relações humanas sejam a parte mais difícil deste Planeta e que a gente tenha que lutar pela evolução espiritual paralelamente com a carga de emoção que colocamos em todas os nossos contatos diários com as pessoas. Somos atacados e contaminados energeticamente todos os días. Nesse assunto não existe anjos nem ninguém está imune.

É importante dedicar mais tempo à limpeza física-mental-espiritual para que o nosso corpo emocional esteja equilibrado e a lixeira o mais próximo possível do esvaziamento. Psicoterapias e terapias energéticas ajudam nisso, mas não podemos descartar o conhecimento e o trabalho dedicado de inúmeros xamãs, país-de-santo, rezadeiras, centros espíritas, monges e até sacerdotes, cada um calibrado no nível que o universo criou porque há energía que só se movem com intervenções físicas de quem sabe.

Há milhares de monges e regiosos de várias religiões e organizações que vivem parcialmente presos mas dedicam aquele tempo a rezar pela humanidade. Graças a essa gente, a energía da Terra pode respirar em intervalos de paz, mas é muito pouco ainda. Precisamos rezar, mais, cada um de nós, cada um à sua maneira, porque não podermos deixar esse assunto na responsabilidade daqueles grupos. Estamos na era da co-responsabilidade e isso significa que todos nós precisamos rezar mais e influenciar mais no pensamento positivo do coletivo humano. Não seria melhor dizer orar? Bobagem, isso é só questão se semántica, o importantante é a ação.

Está difícil, tem muitas guerras acontecendo, inclusive nas ruas do Brasil, e por isso mesmo não podemos ficar passivamente assistindo como se não fosse conosco. Rezemos mais, em nossas casas, nos ônibos coletivos, nos trens, nas paradas de ônibus, em todo lugar. O mal pode vencer se a gente se acovardar. Ser monge ou emissor da luz não requer uma roupa nem um lugar especiais. Apenas requer a vontade e a consciência de ser. Ao invés de você sair pelas ruas tentando evangelizar outras pessoas à força, ou com chantagens emocionais em nome de Deus, fique em casa e reze pela humanidade.

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