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Vacinas para manter a saúde mental

Psicologia e Psicossomática

O que a mente faz para se defender? Por que o stresse causa inflamação? Cada vez é mais evidente a relação entre o sistema imunológico, o nervoso e nosso equilíbrio psicológico

Por David Dorenbaum, psiquiatra e psicanalista. Jornal Elpais de 16 fev 2021 – 18:26 CET

A vacina capaz de frear a pandemia da covid-19 já está aqui. Falta pouco para que possamos receber as doses e colocar em funcionamento nosso sistema imunológico para nos proteger contra o vírus. O sistema imunológico exerce, além de outras tarefas, a missão de defender o corpo por meio de uma rede de células, proteínas e tecidos que operam numa relação recíproca com outros sistemas do organismo. A partir desse procedimento, é ativado um dispositivo de aprendizagem e as células passam a recordar os patógenos com os quais entramos em contato, formando uma memória que permite reconhecê-los e combatê-los no futuro. Esse sistema — capaz de detectar informações que não são acessíveis ao cérebro — poderia ser pensado como o repositório do substrato do inconsciente em nosso corpo.

Cada vez é mais evidente a relação entre o sistema imunológico, o nervoso e o nosso equilíbrio psicológico. O cérebro não só recebe mensagens do sistema imunológico, como também seus sinais regulam as funções que controlam inflamações em outros tecidos. Segundo Kimberley McAllister, diretora do Centro de Neurociências da Universidade da Califórnia em Davis, as respostas imunológicas de uma rata fêmea antes de engravidar podem, se o sistema imunológico é ativado durante a gravidez, predizer a probabilidade de que sua descendência tenha deficiências de comportamento. McAllister propõe que essas descobertas poderiam ajudar a resolver qual papel as infecções graves desempenham durante a gravidez no desenvolvimento de condições como o autismo e a esquizofrenia. “Não conhecemos bem o que causa essas enfermidades, mas a infecção materna é um fator de risco que sabemos que contribui”.

A imunidade tem um papel-chave na função cerebral — é rara a depressão psicológica que não se associa com uma depressão imunológica. Muitas moléculas atuantes na imunidade operam no cérebro, e vice-versa: as citoquinas são um exemplo de mediadores do processo inflamatório benéfico que, contudo, pode causar problemas. O estresse é o vínculo entre a inflamação e a depressão; ao ativar as citoquinas, ocasiona respostas inflamatórias. Como é possível que — na ausência de patógenos — sejam induzidas inflamação e depressão? Embora a longo prazo sejam danosos e imunossupressores, a resposta inflamatória, a vulnerabilidade à depressão e a hipervigilância do estresse evoluíram a partir de uma reação denominada “comportamento da doença” que permite combater melhor a infecção.

Outro fator que facilita uma resposta ao estresse são os micróbios intestinais — em uma quantidade que pensam ser 10 vezes maior que a de células humanas em nosso corpo. A partir desta perspectiva ecológica, o ‘eu’ não pode ser concebido como uma entidade circunscrita, autodefinida. Alfred Tauber, filósofo especialista na história da imunologia, contextualiza ao apontar que, em uma fascinante inversão da mitologia do nosso corpo, encontramos o próprio sistema imunológico sendo, em parte, criado pelo microbioma residente. O organismo participa de uma comunidade onde outros contribuem para seu bem-estar.

Os ataques contra a psique também ativam mecanismos de defesa inconscientes que a mente usa para se proteger. Essas respostas são o núcleo da teoria de Freud. Ana, sua filha, esboça elas em um artigo publicado em 1936. Nossas defesas apontam para gatilhos internos e externos, especialmente quando ameaçam a integração de si mesmo e a autoestima. Elas têm a função de nos proteger contra sentimentos e pensamentos inaceitáveis — como seria o da inevitabilidade da morte. Simplesmente tratar de nos distanciar não basta. A repressão é um componente comum neles — é uma operação da mente mediante a qual tentamos confinar no consciente os pensamentos, imagens ou recordações ligados a instintos que provocam angústia. Estes mecanismos podem reforçar a autoestima, minimizar a ansiedade e facilitar a adaptação. Geralmente eles são consideramos mais maduros quando promovem uma maior capacidade de adaptação. O soneto de Quevedo que começa com a estrofe “Retirado na paz de tal deserto. Com poucos mas doutos livros juntos. Vivo em conversação com os defuntos e com os olhos ouço os mortos” é um exemplo — há indicação de que pode ter escrito em 1642, enquanto lamentava a morte de sua esposa. Apesar disso, como aponta o psicanalista Juan David Nasio, quando o corpo mobiliza uma defesa mórbida e intensa, o perigo que se foi pela porta volta pela janela.

O ‘eu’ e o estrangeiro estão entrelaçados. A psiconeuroimunologia incorporou teorias que nos ajudam a definir nós mesmos. O ‘eu’, diz Tauber, não é uma constante genética, é aquilo que dá suporte à estrutura genética do indivíduo e de sua história, enquanto ele está configurado ao longo de um caminho imprevisto.

https://brasil.elpais.com/eps/2021-02-16/vacinas-para-a-saude-mental.html

A mente aceita qualquer programação

Psicologia e Psicossomática

Aprendi nesta madrugada uma grande lição referente à informação gravada no nosso sistema celular sutil: nascemos com muitas telas abertas. Arquivos inteiros com toda a nossa história milenar podem ser lidos por quem tem essa habilidade – encarnados ou não. Talvez esteja aí o segredo das invasões mentais e das obsessões. Quanto mais ignorância a respeito da espiritualidade, quanto mais fechada for a mente de um ser a respeito desse conhecimento mais abertas e vulneráveis ficarão as suas janelas até que sejam trabalhadas e redirecionados para a integridade do ser eterno, cujo destino é a vivência do amor incondicional. Esse aprendizado veio através do espírito de um tio meu, ainda encarnado, mas bastante doente. Em viagem astral inconsciente, isto é, trazido por seus mentores, ele me acordou no meio da noite para uma conversa agressiva, como se vivêssemos no mesmo tempo cósmico da sua própria programação mental.

Se eu estivesse desencarnado, ele me acharia da mesma forma porque existe uma “página amarela” universal semelhante às listas telefônicas, independentes do tempo e do espaço. Se eu estivesse na fila de reencarnação, no processo embrionário, poderia ser abortado porque a carga emocional dele, negativa, era forte demais e eu estaria na posição fragilizada porque aquele processo congela, temporariamente, todo o conhecimento do ser até o nascimento. Se ele estivesse desencarnado e despreparado, ele poderia tentar entrar em qualquer brecha mental minha e nela se alojar como obsessor – e assim me conduziria para o tempo mental dele e dos seus problemas, preso na sua própria fita magnética. Nessa condição, se o seu espírito fosse mais forte aprisionaria o meu.

Quando eu estava na pré-adolescência, o país vivia a Jovem-Guarda. Os ídolos mais comuns eram Roberto Carlos, Vanderléia, Martinha etc, e a cidade dos sonhos era o Rio de Janeiro, com seus carros vermelhos. São Paulo era a mega da fortuna e todo adolescente pensava nas curvas da Estrada de Santos. Havia todo um mundo de acessórios para os jovens da época, inclusive anéis e cabelo longo para homens. Nunca fui fã de anéis, mas conseguia usar por uns dois dias, depois tirava, e passava tempos sem usar. O que me enchia de vaidade era o cabelo longo porque isso parecia com as imagens pintadas de Jesus. Na Paraíba daquela época, o meu tio era o grande defensor dos princípios da família e da propriedade. Construtor de reputação, se apresentava na minha família com mais autoridade do que o meu pai. Então, quando ele me via de cabelo longo fazia aqueles discursos moralistas e me colocava lá em baixo, como se eu fosse um marginal, um bandido ou um “pederasta”. Não adiantava argumentar que Jesus tinha cabelo longo porque ele, como bom protestante fechado no próprio mundo, dizia que aquele Jesus de cabelo longo era “invenção” da Igreja Católica e que aquelas imagens eram uma “blasfêmia” conta a Biblia. Na verdade, toda essa moralidade era para esconder a sua real personalidade promíscua fora de casa. Era mulherengo!

Meu tio não imaginava que eu iria crescer, independente dele, e iria conhecer parte do mundo em que Jesus viviu para comprovar que cabelo longo naquela região era mesmo uma tradição, bem distante da Jovem Guarda. De tanto se preocupar com a imagem falsa de pureza, passada pelo medo do fogo do inferno e dos sermões despreparados dos pastores da igreja dele, meu tio virou um carrasco para a família. Dentro de casa era aquele homem que sabia de tudo, enviado de Deus. Fiscalizava roupa, acessórios, comportamento. Lá fora, toda mulher que usasse minissaia era vadia – mas ele sempre tinha pelo menos três. Como era de se esperar, eu me distanciei dele e segui a minha vida. Com o tempo, vim a saber que todos os filhos dele se perderam nas ruas fugindo de um carrasco, que batia, gritava e tentava “educar” os filhos pelo medo e pela coersão, pintando o mundo lá fora como um inferno, sem saber que o inferno da sua família era dentro da própria casa dele. Quando os filhos descobriram que haviam pessoas diferentes nas ruas, optaram pelas ruas e nisso todos se perderam como não poderia deixar de ser. O pai ficou em casa, só.
Nesta madrugada, o espírito do meu tio me acordou para fazer um sermão daqueles. Não me assustei quando olhei para ele e vi que a imagem que ele passava era aquela daquela época, independente do velhinho doente que ele é hoje. Ele era incapaz de olhar para mim e me ver como sou hoje. Ao olhar para ele eu vi tudo o que ele não via dele mesmo. O discurso era o mesmo, como se ele fosse o rei da moralidade e eu fosse um vagabundo – como eles chamava a todos os homens que usavam cabelo longo naquela época. Então, interferi no discurso agressivo dele e comecei a ler a informação que via nas “janelas” daquele ser, em forma de imagem. Deixei ele gritar enquanto via as imagens dele fazendo os discurso em casa; a mulher dele de cabeça baixa na beira do fogão; ele saindo de casa, arrumado e cheiroso, para encontrar com outras mulheres. Ele era um verdeiro amante, extremamente físico, um touro. Depois voltava para casa cansado e os discursos eram infindáveis. Neles, escondia as unhas sujas. A mulher vivia grávida e as vezes tinha abortos naturais – talvez pela própria vida submissa e pela pressão de um homem que quando não discursava queria sexo.

Tudo o que ele falava dos “vagabundos e vadias” do mundo viu se materializar nos filhos mas nunca compreendeu que a causa de todo aquele sofrimento era a sua própria personalidade desequilibrada, vivendo em mundos paralelos onde os filhos e a mulher oficial eram presos pelo seu desequilíbrio emocional-mental-espiritual. A faixada da Bíblia e da Igreja não conseguiu eliminar a informação desse desequilíbrio todo porque o conhecimento vindo da religião era manchado pelo medo do inferno, de seus habitantes e de um deus carrasco, cheio de castigos e perseguições – tão bem plasmado nas imagens mentais de seus pastores. O resumo da ópera é: os discursos do meu tio eram exatamente o contrário do que ele fazia na surdina da noite nos chamados cabarés, escondido da família. Os meus cabelos longos eram só um pretexto.

Interrompi o espírito do meu tio e comecei a revelar para ele as imagens que via. Ele mudou de feições. Como eu poderia saber daqueles segredos? Aproveitei para desvendar todas as máscaras conscientes e inconscientes que ele havia produzido nesta e até em outras vidas. Li tudo e traduzi tudo. Se eu tivesse desencarnado, era só entrar em uma daquelas janelas e virar um obsessor pela eternidade até me vingar de todas as mágoas que pudessem ter gerado em mim naquelas palavras agressivas. Se eu desejasse e não tivesse trabalhado, nesta vida, a minha sombra, o meu tio seria um prato cheio para usá-lo como laboratório do meu ego. Mas, usei a oportunidade para lembrá-lo que ele tem filhos, netos, que ainda está encarnado e que pode ainda recuperar, pelo perdão, muito do que se foi construído por ódio, medo e ignorância – achando que estava certo.

Ele foi um excelente arquiteto e construtor mas nada investiu no conhecimento espiritual independente do ranço religioso equivocado. Repetir as frases da Biblia, sem vivenciá-las, só aumenta o carma. Falhou como pai e companheiro. Pensou que educar pelo medo produziria filhos saudáveis e deu tudo errado. Agora, velhinho e doente, o espírito tenta pedir ajuda reproduzindo os velhos e ineficientes discursos. Sei que ele pode ter vindo a mim porque não há opção. Como está prestes a desencarnar, a espiritualidade ainda tenta que ele consiga olhar para si mesmo e eu sou o mais próximo e com a capacidade da ajuda que ele precisa. A Jovem-Guarda passou, eu cresci e descobri o meu caminho sem ódio, medo e combato a cada dia qualquer sinal de ignorância. Ele continua preso nas quatro paredes mentais dele mesmo porque optou pelo medo e pela falsa ilusão da salvação — loteamentos no céu. Negligente, jamais abraçou e beijou este sobrinho. Deixei o espírito do meu tio totalmente desguarnecido como um investigador cheio de provas materiais diante de um ladrão. Devolvi para ele o lixo que é só dele na esperança de que ele perceba no que se meteu e mude. Ninguém salva ninguém. Cada um está só nesta jornada. Tomara que ele tenha tempo de rever e fazer o dever de casa antes de desencarnar. Tomara que seja capaz de aproveitar esta oportunidade oferecida pelos mentores espirituais dele e que tenha consciência disso quando voltou ao corpo físico. Do outro lado da vida tudo é mais difícil. Cada um viverá de acordo com sua programação mental – real ou irreal, equilibrada ou deseguilibrada.

Por José Joacir dos Santos  jjoacir@gmail.com

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