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Prisão de ventre

Outros Assuntos/ Psicologia e Psicossomática

Como prisão de ventre se tornou tabu e por que dieta não é único meio de evitá-la

BBC News Mundo, 23 março 2022

Como identificar uma prisão de ventre?

Milhões de pessoas sofrem em silêncio com os efeitos da constipação crônica, um problema cuja solução, segundo os especialistas, não depende exclusivamente da dieta, mas também de uma mudança mental que nos permita falar sobre o assunto e, assim, nos livrar do peso que acarreta este tabu. “Nos treinam quando criança a deixar a fralda, mas ninguém verifica como estamos. A partir de então, nós cuidamos de nós mesmos”, diz à BBC o médico Anton Emmanuel, especialista em saúde intestinal do University College London Hospital, no Reino Unido.

Três vezes por semana

Para entender exatamente o que é a constipação, vamos começar explicando o processo desde a entrada do alimento pela boca até a saída dos resíduos convertidos em matéria fecal pelo ânus. Quando ingerimos e mastigamos um alimento, o mesmo inicia sua jornada pelo sistema digestivo. Uma vez que o digerimos com a ajuda de substâncias químicas que nosso corpo produz, as bactérias começam gradualmente a trabalhar nesses restos que se movem até o intestino. Quando chegam ao cólon, todos os nutrientes já foram absorvidos. E depois de cerca de 15 ou 18 horas lá, nosso organismo elimina estes dejetos. “O que acontece nos casos de constipação é que a mobilidade no intestino fica mais lenta”, explica Emmanuel. Estima-se que uma pessoa pode estar sofrendo de constipação se não movimentar o intestino pelo menos três vezes por semana, e se as fezes forem grandes e duras, ou secas e irregulares, e se tiver que fazer muita força para ir ao banheiro ou sentir dor.

Impacto da constipação

A constipação em si não é perigosa, pois enquanto a matéria fecal está dentro do cólon não causa nenhum tipo de toxicidade (o cólon está preparado para contê-la). No entanto, a pessoa pode se sentir desconfortável e com medo de que a vontade de evacuar possa surgir em um momento inconveniente. “É um peso enorme para o paciente porque (impacta) o que ele pode comer, como pode se vestir e quando pode socializar, o que é uma grande questão em tudo isso”, explica Emmanuel. Além disso, pelo que sabemos hoje sobre a relação entre o cérebro e o intestino, “a constipação pode mudar nosso humor”, explica à BBC Miguel Toribio-Mateas, neurologista da London South Bank University.

Isso pode afetar mais as mulheres, uma vez que certos hormônios que normalmente são eliminados com as fezes permanecem circulando no corpo e se acumulam, aumentando seus níveis. Assim, as mulheres em idade reprodutiva, ao estar constipadas, podem sentir o “duplo impacto do estrogênio ou da progesterona ou de qualquer hormônio que estejam produzindo naquele dia e que não foi expelido do corpo (por meio das fezes)”. É por isso que são elas que tendem a reclamar mais dos efeitos da constipação.

Independentemente do sexo, “dependendo da predisposição genética, assim como do tipo de comportamento e personalidade, algumas pessoas se sentem com menos ânimo e outras mais animadas”, diz Toribio Mateas. Não podemos esquecer também dos sintomas físicos que acompanham a constipação e que incluem, entre outros, náuseas, inchaço, dor de cabeça e desconforto ou dor na região.

Emmanuel diz que o paciente típico é uma mulher na faixa dos 30 anos que sofre de constipação desde a adolescência (gerada por situações ou experiências que não estão vinculadas a um problema médico) e que só procura ajuda médica depois de muito tempo. Geralmente fazem isso motivadas pelo diagnóstico de um problema grave no intestino de um familiar ou colega de trabalho. Embora, infelizmente, os médicos nem sempre levem este problema a sério o suficiente, dado que é uma condição generalizada. “Ironicamente, por ser um problema tão prevalente, muitos não o consideram como um sintoma”, explica Emmanuel.

A constipação não afeta apenas os adultos, estima-se que uma em cada três crianças sofra de constipação em um determinado momento. Quanto às causas, “a maioria dos pacientes tem um problema com a taxa de contração do intestino — ou seja, a rapidez com que as coisas se movem por ele — ou com o funcionamento do assoalho pélvico, ou com ambos os aspectos”, diz Emmanuel. Em outras palavras, “não é culpa do paciente que não se alimentou bem ou não se exercitou o suficiente”, esclarece. Por isso, diz ele, não é algo que se resolva comendo ameixas, ou alimentos que estimulem o intestino, porque isso só resolve a situação temporariamente.

Banheiro no século 18

Embora hoje não seja “bem-visto” falar sobre o trânsito intestinal, nem sempre foi assim. “Na Idade Média, tanto em textos literários quanto médicos, o tema dos excrementos está por toda parte”, explica a historiadora de medicina Louise Foxcroft à BBC, acrescentando que antes não havia tanta privacidade em torno do uso do banheiro. “Imagine Londres no século 18, antes do sistema de esgoto. Havia carroças que passavam pela cidade para recolher as fezes (que jogavam pelas janelas e estavam espalhadas por toda parte) e as levavam para adubar os campos.” O sigilo em torno do assunto se desenvolveu junto às cidades industriais.

“A ideia de privacidade surgiu no século 19, particularmente no Ocidente, quando se popularizou a vida nas cidades, e as pessoas começaram a viver em lugares abarrotados, foram construídos esgotos e surgiram os banheiros”, explica Foxcroft. “A familiaridade em relação ao funcionamento do corpo era muito maior antes do que agora”, acrescenta. No século 18, por exemplo, a constipação era um tema explorado por alguns dos grandes escritores da época.

“Voltaire dizia que as pessoas que evacuam regularmente e com facilidade todas as manhãs são as favoritas da natureza. São doces, afáveis, graciosas, reflexivas, complacentes e eficientes. E um ‘não’ da sua boca é mais gracioso do que um ‘sim’ da boca de um constipado”, relata a historiadora. É que a divisão entre a mente e o corpo é uma separação filosófica relativamente recente. “Outrora se pensava que o intestino era onde as emoções se instalavam, não o coração”, diz Foxcroft, acrescentando que na poesia medieval há muitos temas que versam sobre excremento e amor, duas coisas que se compartilha com a pessoa amada.

Soluções para a constipação

Além das mudanças de atitude em relação à constipação, o que muitos se perguntam hoje em dia é o que fazer para evitá-la. “Você precisa de uma certa quantidade de fibras (solúvel e insolúvel) para que as fezes se formem, e muitas vezes não consome o suficiente”, explica Toribio-Mateas. Acima de tudo, é importante consumir uma variedade de frutas, legumes e verduras (incluindo folhas verdes), leguminosas, sementes, frutas secas e, idealmente, grãos integrais.

Emmanuel sugere, além de uma alimentação mais equilibrada — em que se come pelo menos três vezes ao dia —, ingerir mais líquidos, caminhar mais dentro ou fora de casa e, se isso não funcionar, usar laxantes suaves. E, sobretudo, “quando o corpo pede, não ignore a vontade porque não é o momento adequado, e vá ao banheiro”. “Da mesma forma, quando estiver lá, não fique muito tempo. Quando tiver feito o que tinha que fazer, não fique esperando para fazer mais”, acrescenta.

Toribio-Mateas recomenda, para quebrar o tabu, “levar um livro que você goste para o banheiro, colocar música… pensar em formas alternativas. Tente imitar a situação em que você vai ao banheiro tomar banho, em que você faria coisas para se sentir relaxado”. “Não se sinta estranho fazendo isso. Pense que você está trabalhando na comunicação entre seu cérebro e seu intestino.” Ele também recomenda falar sobre o problema, normalizá-lo e compartilhá-lo com outras pessoas. “Quando você fala com alguém sobre algo que faz você se sentir infeliz, é como tirar um peso dos ombros”, diz ele.

https://www.bbc.com/portuguese/geral-60767117

Bactérias e depressão

Outros Assuntos/ Psicologia e Psicossomática

Como são as bactérias no intestino de uma pessoa em depressão

  • Juan C. Leza e Javier R. Caso
  • The Conversation*

Evidentemente, são essenciais tanto para a recepção da realidade externa quanto para a expressão de nossas ideias. No entanto, não são órgãos vitais. O intestino, sim, e sua relação com o cérebro vai muito além.

Que conexão existe entre o cérebro e o intestino?

Um estudo publicado na Nature pelo gastroenterologista Emeran A. Mayer explica como ambos os órgãos, cérebro e intestino, estão conectados. Esta interação entre eles tem relevância não apenas na regulação das funções gastrointestinais, mas também no humor e na tomada de decisão intuitiva. Em primeiro lugar, vamos lembrar que existe uma complexa rede de terminais nervosos que revestem todo o sistema digestivo, especialmente o sistema intestinal (chamado sistema nervoso entérico). Este deriva evolutivamente de células que migram da crista neural e se instalam definitivamente no intestino.

Há, por sua vez, estruturas no sistema nervoso central que poderiam ser chamadas de parte encefálica do sistema intestinal. A comunicação entre o cérebro e o intestino é estabelecida por meio de vias nervosas, especialmente pelo nervo vago. Mas também pela corrente sanguínea, é claro. Por outro lado, há outras células intrínsecas localizadas nas camadas mais internas do tubo intestinal (células enteroendócrinas ou enterocromafins) que são repletas de neurotransmissores.

Por exemplo, contêm peptídeos (que também se encontram no cérebro) e serotonina. Na verdade, o intestino é o local da anatomia humana em que se encontra a maior quantidade de serotonina (mais de 90%). O restante se encontra nas plaquetas e apenas 1% no cérebro. Mas o intestino não é apenas um tubo com neurônios próprios e neurotransmissores mais ou menos conectado com o cérebro e com neurônios específicos e neurotransmissores. Nele, também vive uma grande quantidade de micro-organismos. Juntos, eles formam a chamada microbiota. Trata-se de uma série de bactérias (mais numerosas do que nossas próprias células) que nos ajudam na digestão, no combate a outros patógenos e em muitos outros processos.

Sintomas físicos derivados da ansiedade e depressão

Muitos de nós já constatamos que estar estressado (por ter que falar em público ou fazer uma prova) nos predispõe, não só de forma aguda, mas também crônica, a vômitos, náuseas, diarreia ou constipação. Na verdade, como é evidente, os sintomas seguem o estímulo estressante (que, às vezes, não precisa ser negativo). Há até uma expressão muito particular para definir estar apaixonado: “sentir borboletas no estômago”. A ansiedade e a depressão são os dois representantes mais claros dos problemas de estado de espírito. Na verdade, é um dos motivos mais frequentes de consulta não só na clínica psiquiátrica, como também na atenção primária. A depressão é cada vez mais frequente, e é um dos principais problemas de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) — e este já era o caso anos antes da pandemia —, será o principal problema de saúde do mundo em 2030.

Graças a estudos como o de Mayer, o papel do estresse nessas doenças está se tornando cada vez mais conhecido. Assim como nas alterações em neurotransmissores específicos e má regulação do sistema imunológico. Mas um número significativo de pacientes é resistente aos tratamentos farmacológicos disponíveis para a depressão, que devem sempre ser acompanhados de psicoterapias. E é por isso que existe uma necessidade premente de aumentar o conhecimento da sua fisiopatologia para desenvolver estratégias terapêuticas mais eficazes.

O estresse e sua influência na microbiota (e vice-versa)

Nas últimas duas décadas, foram apresentadas inúmeras evidências científicas, em modelos animais e em humanos, indicando que quando um indivíduo sofre estresse, ocorre uma alteração no intestino e a composição da microbiota pode, inclusive, ser modificada.  Inversamente, a alteração experimental da microbiota também pode induzir mudanças comportamentais. Sabemos que o cérebro influencia a microbiota a partir de estudos nos quais foi demonstrado que o estresse nos estágios iniciais da vida diminui a concentração de Lactobacillus e faz emergir a concentração de bactérias patogênicas ao romper o equilíbrio fisiológico entre as diferentes populações de microrganismos. Em contrapartida, a diferente composição da microbiota pode influenciar no comportamento: algumas bifidobactérias melhoram o comportamento depressivo em ratos.

O estresse também produz inflamação?

Nos últimos anos, inúmeros estudos indicaram que a inflamação crônica de baixo grau também pode estar desempenhando um papel na fisiopatologia da depressão. A partir desta informação, buscou-se saber se poderia haver uma relação entre a inflamação de origem intestinal e o estresse. Assim, vários estudos realizados por um grupo da Universidade Complutense de Madrid (Espanha) e outros pesquisadores mostram como o estresse (um importante fator de risco para a depressão) pode produzir um desequilíbrio intestinal. Isso pode levar a uma instabilidade na barreira intestinal (tornando-a mais porosa) e, portanto, à passagem de componentes da parede bacteriana do intestino para a corrente sanguínea e outros órgãos. É um processo chamado translocação bacteriana. Estes componentes podem ser tóxicos e desencadear uma resposta inflamatória generalizada. Além disso, estes estudos mostraram que a composição da flora bacteriana fica alterada em pacientes com depressão, em comparação com a flora de indivíduos de grupos de controle saudáveis. Em geral, a diversidade bacteriana diminui em casos de depressão. No entanto, ainda não entendemos a associação entre a microbiota e a inflamação detectada na depressão.

Agora sabemos que o dano celular oxidativo (que é a consequência final da inflamação) é maior em pacientes com um episódio ativo de depressão. Além disso, estas pessoas também apresentaram níveis elevados de um componente de bactérias intestinais que está muito relacionado à resposta imune: o lipopolissacarídeo de bactérias do gênero Bilophila e Alistipes, diminuição da Anaerostipes e desaparecimento completo da Dialister. Estas alterações não aparecem em pacientes em fase de remissão da doença. Resta saber ainda se as toxinas das bactérias presentes na microbiota de pacientes com depressão podem circular por todo o sistema e chegar a sinalizar algumas estruturas do cérebro. Por enquanto, sabe-se que em modelos animais estas bactérias são capazes de chegar ao cérebro e ativar receptores de resposta imune em neurônios e em outros tipos de células deste órgão. E, além disso, que no tecido cerebral de pacientes com depressão que morreram por suicídio, é identificada uma hiperativação da resposta imune. Mas ainda estamos longe de poder afirmar que existe uma causalidade entre estes fenômenos e a fisiopatologia da depressão. No entanto, o desafio está lançado, e o trabalho da ciência biomédica é desvendar todos esses mecanismos para oferecer aos pacientes novos e melhores soluções de tratamento. Neste momento, há um projeto aberto para o estudo do microbioma em relação à saúde mental, com o qual você pode colaborar voluntariamente (caso more em que algumas cidades da Espanha — veja aqui).

 

* Juan C. Leza é professor do departamento de farmacologia e toxicologia da faculdade de medicina, CIBERSAM, Universidad Complutense de Madrid, na Espanha.

Javier R. Caso é professor do departamento de farmacologia e toxicologia da faculdade de medicina, CIBERSAM, Universidad Complutense de Madrid, na Espanha.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em espanhol).

https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-61187508

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