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Você tem amigos de verdade?

Psicologia e Psicossomática/ Vidas Passadas

Por Jose Joacir dos Santos, fotografia da coleção particular do autor.

Qual a definição da palavra amigo? Varia de cultura para cultura, ao redor do planeta. No Brasil você até se dirige a desconhecido, em qualquer lugar, assim: amigo, onde fica a praia? De um modo geral as pessoas dizem que “não tenho amigo no trabalho, só colegas”. Em países onde ocorrem guerras e atritos, mais frequentemente, você falaria “meu amigo”, numa tentativa de diminuir traumas e barreiras. Na Europa e na cultura britânica, ao redor do mundo, a formalidade está presente: senhor! Senhora! Você não chama um desconhecido de “amigo” nos Estados Unidos, onde as relações interpessoais são difíceis.

Não se sabe ao certo quem passou a usar a expressão “irmão (brother)”. Em recente viagem à João Pessoa fui abordado na rua por um homem me chamado de “brother”. Levei um susto, isso não era um costume local… Na Baixada Fluminense você vai preferir se dirigir a alguém como “irmão”, não como “amigo”. Mesmo assim, medindo cada palavra e sem se aproximar muito da pessoa. Mas, não é só aqui. De um modo geral, estadunidenses evitam contato mais direto entre eles e, especialmente, com estranhos e estrangeiros. Estranho pode ser o vizinho da frente que acabou de ocupar a casa vazia da rua. A formalidade impera. Essa situação só piora. Já há pessoas que preferem buscar informação no celular a perguntar algo a alguém na rua, embora corra o risco de ter o celular roubado.

Aquele tempo em que nordestinos levavam desconhecidos para tomar um café em casa já acabou há muito tempo, especialmente depois que cidades nordestinas passaram a receber uma imigração perigosa, interna: pessoas envolvidas com o tráfico de drogas do sudoeste do país. Quantos amigos você tem na rua que mora, na escola, no trabalho e com qual deles (as) você pode contar?

Mas a essência da palavra amigo não morreu completamente. Muita gente da minha geração optou por não casar e não ter filhos. Mas, sim, a fazer amigos. As gerações anteriores não se importavam muito em ter ou não ter filhos, assim como era na época da colonização portuguesa no Brasil, há séculos – era um filho em casa esquina. Sequer sabiam o nome da mãe. Já as gerações atuais mudaram esse comportamento: antes de solidificar uma amizade, elas “ficam” primeiro, depois resolvem se namoram ou se moram juntos. E o país recebeu mais um título de campeão… Segundo “relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO), (Out. 28, 2024), a taxa nacional é de 68,4 nascimentos para cada mil adolescentes entre 15 e 19 anos. Estima-se que mais de 400 mil adolescentes se tornam mães por ano no Brasil, 50% a mais do que a média mundial”. A minha geração pensava que a modernidade mudaria o panorama, numa época em que famílias forçavam adolescentes a se casar se a menina aparecesse grávida do amigo. E isso causava uma comoção familiar, até a expulsão da menor da casa dos pais. Adolescência parece ser a pior fase para meninas fazerem amizade. Meninos só pensam em sexo… Morrem de fingir que são amigos até conseguir… A internet mudou tudo isso! Eles marcam encontro com nomes falsos. Há os que se expõem diante das câmeras…

Há muitos casos em que a adolescente sequer sabe quem a engravidou antes, durante ou depois de uma festa regada a todas as toxidades possíveis. No barulho e na toxidade das cidades atuais, o fornecedor de drogas também é chamado de amigo – Na realidade, é o amigo da onça… Cadê aquele amigo que Milton Nascimento dizia que estava guardado “no lado esquerdo do peito” (“Amigo”, 1980)?

Hoje podemos dizer que feliz é aquele que tem uma amizade de verdade, aquela que nada exige, nada negocia; que cuida, se preocupa; que é capaz de substituir a presença da família de sangue em eventos da desventura da vida, como hospitalização. Não sei se a geração atual conseguirá reverter a degradação das amizades em curso.

Com o processo natural de envelhecimento, as pessoas solteiras ou que ficaram sozinhas, por opção ou consequência da vida, precisam contar com a chamada “rede de apoio”, nem sempre da família de sangue: os amigos! A incondicionalidade da amizade é fundamental para que pessoas cresçam e envelheçam sozinhas, mas bem acompanhadas de amizades sólidas. Afinal, em termos de espiritualidade, família é aquela que está junto, sem interesse material, nos altos e baixos da vida.

Lá nos meus verdes anos, em uma simples conversa, um parente distante disse que se eu não casasse e não tivesse filhos correria o risco de ficar sozinho na velhice. Imagine você ter alguém do seu lado por obrigação ou esperando que você feche os olhos para vasculhar as gavetas…

Ao longo desta vida fiz amigos. Não é a quantidade que vale. Diante da maioria deles eu posso fechar os olhos e dormir tranquilo. A segurança emocional que uma amizade sólida passa não tem preço. Os laços espiritualistas de uma amizade podem ultrapassar tudo aquilo que se ver, de olhos abertos ou fechados. O universo tem seus segredos e uma amizade à moda antiga é uma mina de ouro sem valor agregado. Que você tenha a sorte que tenho…  29/11/2025

 

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